A busca de novos comentários

Estou aqui sentado em frente ao meu computador. Confesso que ele é cheio de poeira, entendam, por favor, não tenho tempo, pois escrevo poesia e espero comentários.

Comentários fazem bem para o ego, quero meu ego inflamado. O que mais importa do que isso? O que é o amor senão um furor do ego? Por isso não me levem muito a mal.

Porquanto não escuto o telefone tocar e junto com ele vêm o grito de minha mãe. A minha querida mãe é um pouco senil e às vezes me confunde com um lagarto que consegue camuflar onde quer que esteja, deve ser por isso que às vezes me coloca as chineladas para fora de casa.

Penso que seja um alívio ser expulso de casa já que assim tiro um pouco da cabeça os meus queridos comentários, mas ela sempre me coloca de volta a noite para dentro do meu quarto e agora aqui estou.

Tento ser forte, ando em círculos até ficar tonto e mesmo assim lá estão os comentários- parecem que são umas pulgas ou um sarna. Ligo para meus amigos, quero sair e ficar bêbado, mas eles não estão em casa.

Percebo um olhar, não sei de onde vêm, olho em todas as direções, sinto um calafrio que não consigo explicar. Até que, finalmente, acho o dono do fitar: O computador.

Ele com aquela cara de quem tem versânia, me fazendo cagar pelas calças; para onde irei correr? O quarto de minha mãe?Não, prefiro enfrentar o titã a ser confundido com um lagarto.

Dou aqueles passos devagarzinho para que o tempo que não quero que chegue demore a chegar, porém quando é assim o tempo insisti em andar depressa. Parece que ele gosta de vê a desgraça alheia, imagino que deva apreciar esse momento. Maldito!

A página do windows 7 está carregando e logo irei ver se tem novos comentários no meu blog, pois quero ser um escritor de sucesso e ganhar o prêmio Nobel de literatura. Sabia que o cientista Nobel inventou a dinamite?

Voltando a minha angústia; do que adianta escrever poesias se ninguém lê? Por isso às vezes intimo meus amigos a comentarem já que um poema bem comentado é mais fácil receber um comentário do que aquele que não é.

Cliquei no Mozilla- não uso o Explorer porque é uma merda-, digitei o endereço do meu blog, minto, não digitei, estava nos meus favoritos para ganhar tempo, vou ao texto mais novo e vejo que tem comentário recente: “Legal”.

Não é uma grandessíssima glosa, mas dá para ser pelo menos feliz. Sossegado vou escovar os dentes porque amanhã a saga continua: A busca de novos comentários.