Contemplação

Ultimamente tenho caminhado em passos tranquilos... Podendo observar tudo ao redor, ida e volta...

É bom.

Coloco o fone de ouvido e me vou.

Essa manhã em especial, momentos que eu não sei explicar.

Uma nostalgia por estar terminando tudo. Ando pela universidade como se eu fosse dona do lugar. As percepções mudaram bastante ao longo dos anos.

Com confiança e convicção...

Minhas idéias se perderam nas linhas. Vim para casa de ônibus. Tudo está embaralhado, sem cronologia.

Idéias de idéias me vêm na cabeça. Tinha a caneta, não tinha folha.

Uma comoção que me invade. Chorar talvez sem motivo, apenas por chorar. Tento procurar a razão, não encontro apenas uma.

Não é tristeza. É qualquer coisa como saudade. Transcedendo o que eu não sei descrever. Missão cumprida?

Internamente me despedindo de tudo. Internamente me despindo de antigas peles. Como serpente... Que cor virá?

"É dezembro". Lembro-me de vir à mente com espanto. Tudo está mudado.

E agora esqueci que dia estou. Esqueci por que estou aqui.

Teria sido melhor se, ao invés de seguir o caminho de casa, tivesse ido reto. Como senti que precisava.

Ir diretamente a qualquer rumo, andar sem limites... Até a exaustão, além dela, sentar-me confortavelmente no chão, deitar-me, fechar os olhos, sentir. Olhar o céu.

Mas vim até aqui e, mergulhando no cotidiano, esqueci todas as idéias vagas que me surgiam.

Teria sido melhor se, nessas linhas sem sentido, tivesse eu o silêncio mantido...