Férias no litoral...

Margarete andava muito estressada.
No trabalho havia sobrecarregado-se diante das tarefas.Em casa,seu marido José não ajudava nem com as crianças.
Estava a beira de um colapso nervoso,quando resolveu que tiraria umas férias.
Várias cidades passearam pela sua cabeça neste momento,no entanto Margarete escolheu o litoral norte.
Em outubro embora fosse outono,o calor era castigante,mas ela adorava isso.
Tudo que precisava era descanso.
Iria despir-se.Despir-se do trabalho,da familia,de tudo que havia tornado sua vida estressante.
Os filhos ficariam com sua mãe,e José foi passar esses dias todos com a mãe dele.
Parecia um sonho.Um mês sem ouvir o barulho das teclas do computador.
Sem hora para acordar.
Tudo que era tão necessário a sua vida,mas estava deixando muito nervosa.
Depois de uma viajem de uma hora,sua rotina agora era diferente.
Mais aprazível.
Hospedara-se num hotel de frente pro mar.
A paisagem da sacada do quarto era um colírio aos seus olhos.
O som do mar, uma valsa aos seus ouvidos.
Ansiava por aqueles momentos.Foi a praia sentir a areia em seus pés,quando ouviu uma voz masculina citar seu nome.
Era Raul,um rapaz que estudara no colegial.Mal podia acreditar,lembrava daqueles tempos em que ele mal falava com ela,mal a olhava,a não ser que quisesse cola na hora da prova.
Conversaram,contou o rumo que tomou sua vida e ele contou o dele.
O coração disparou naquele momento,e ela não queria acreditar no que o destino estava aprontando.
Neste mesmo dia combinaram de encontrar-se mais tarde para o luau.
Toda entusiasmada,Margarete ficou a pensar com que roupa iria.O que falar?
Neste momento todo seu compromisso matrimônial evaporava-se de sua vida.
Preocupava apenas com o encontro.
Á noite,quando o avistou,suas mão tremeram,suaram frio.
Essa sensação não era pertinente,afinal,Margarete não era mais uma adolescente.
Mais estava ali,e teimava a não cessar.
Juntos ouviram as mais doces canções,e contemplaram a beleza da lua.
Beijaram-se,e se tocaram carinhosamente.Trocaram telefones.
E juraram não perder o contato.Encontraram-se todos os dias.
Até que chegou o dia em que precisava voltar para casa.
Na volta,pensou em tudo que viveu,ao lado daquele que jamais passara por sua cabeça.
E pensou em josé e nas crianças.
No tanto que era feliz,e no quanto que achava o destino injusto.
Porque Raul não olhava pra ela na época da escola.e agora que já era casada.
Achava a vida muito contraditória,e não gostava disso.
Viveria sim, um romance.Mas amava seu esposo e sua familia.Não queria abri mão de tudo que construira.
Ela olhava pro numero que Raul dera,e pensava seriamente em ligar.Pensara com carinho e ardor.
Depois de chegar em casa, e cumprimentar as crianças.Viu josé com um sorriso afável na boca.E disse-lhe o quanto sentia saudades.
Fazia tempo que não ouvia uma palavra de carinho.E ficou espantada.
Pensara enquanto arrumava suas roupas da viajem em ligar pra Raul. Quando mais tarde foi ao banheiro e ligou.
Quem atendeu foi ele mesmo.e disse que não podia falar naquele momento,para ela ligar mais tarde.
Ela sem entende apenas obedeceu.
Quando derrepente seu telefone toca,do outro lado uma mulher com a voz embargada,pergunta quem é ela.
E Margarete fica atônita,será que era o que ela estava pensando?
Ele mentiu!
Disse que não tinha ninguém.Mas era casado e a mulher?!Estava ali querendo saber quem era a outra,jamais na sua pacata vida, Margarete teve a intenção de magoar.Mais uma dor que não queria conhecer estava fazendo alguém sentir.
Preferiu esquecer o telefone de Raul,é melhor assim.
E a voz daquela mulher lhe pareceu familiar.Não por que fosse próxima,mas por se tratar da mesma espécie.


Lucineide dos Reis
Enviado por Lucineide dos Reis em 10/12/2010
Reeditado em 12/07/2011
Código do texto: T2664943
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