O leiteiro

Helomar Gama

Certa manhã ao acordar liguei a televisão e o noticiário estampava como sempre, manchetes sobre roubo, fraude e corrupção. Perdido em meus pensamentos, lembrei-me de uma história antiga que minha mãe me contava, de certo homem, fazendeiro ambicioso e trabalhador que para garantir o seu sustento vivia da venda de leite. O seu maior sonho era ficar rico, ter muito dinheiro, e viajar para conhecer o mundo. Mais viu que vendendo leite nunca iria realizar o seu grande sonho, e esse leiteiro no auge da sua frustração foi vítima de um pensamento, que se acrescentasse água no seu produto obteria mais lucro e poderia realizar o seu grande objetivo. Trabalhou incansavelmente, e em poucos anos prosperou juntando uma grande soma em dinheiro. vendeu sua pequena propriedade e tudo o que tinha, pegou uma mala cheia de dinheiro comprou uma passagem num luxuoso navio e foi em busca de realizar o seu antigo sonho. O comandante deste navio criava um macaco de estimação que era o xodó da tripulação e era muito popular entre os passageiros, por ser astuto, brincalhão e sagaz.

O navio muito veloz logo atingira o meio do oceano, e o leiteiro muito cansado resolvera tirar uma soneca, deixando a porta do seu camarote aberta, e o macaco sapeca entrou derrepente, pegou a mala com todo o dinheiro. O leiteiro mais que depressa despertou e em disparada passou a perseguir o levado primata, o macaco subiu o primeiro, o segundo e o terceiro piso, chegando até o mastro, abriu a pasta e começou a jogar o dinheiro, que levado pelo vento, caia e enfeitava as águas do oceano. Depois de ter jogado mais da metade da pequena fortuna do leiteiro, o macaco deixou escorregar a pasta que caiu no toldo do navio e fora juntada pelo dono, que frustrado não exigiu nem indenização dos donos do navio. Pois havia aprendido a lição, sabia que o dinheiro jogado pelo macaco na água, representava o lucro que o homem obtivera de forma ilícita, adulterando o seu produto com água.

Moral da história:

“Quem rouba nunca poderá tirar bom proveito do seu roubo.”