Um momento de sinceridade

- Amor, posso te perguntar uma coisa?

- Claro.

- Mas você tem que ser bem sincero. Não vale mentir.

- Hã... Está bem.

- Acha que este vestido me deixa gorda?

- Que é isso, benzinho. Claro que não.

- Jura? Sério mesmo?

- Claro, o que te deixa gorda é esse monte de "donuts" que você come todo dia.

- Como é que é?

- Você vive começando alguma dieta maluca, mas não pára de comer essas porcarias.

- Alfredo?

- ...O pior é eu ter que te acompanhar nessa comida sem sal. A sorte é que o almoço eu como fora, daí consigo compensar.

- Alfredo?!

- ... e não pense que eu não sei que você come doces escondida quando eu não estou.

- Alfredo! Não estou te entendendo!

- É... E às vezes você se faz de "lerdinha", né?

- Ah! Agora além de gorda, sou burra falsa também?

- "Agora"? Isso eu já vinha notando de uns tempos para cá.

- Por que você está falando assim comigo?!

- Bom, foi a primeira vez que você me deixou.

- Ah é? E o que mais, seu estúpido?!

- Já que você tocou no assunto, você podia parar de acusar o coitado do Totó de ficar peidando. Sabe, debaixo da coberta, se não fui eu, não tem como se justificar.

- Alfredo... seu idiota! Se você pensa assim de mim, por que ainda está comigo depois de todo esse tempo?

- Porque eu te amo, sua anta.

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Dezembro 2010

Miguel do Lucari
Enviado por Miguel do Lucari em 06/12/2010
Reeditado em 23/02/2011
Código do texto: T2657381
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