JESUS SEVERINO
Ele tocou as feridas, era dia de luz estavam abertas como uma erosão
na caatinga.
Seus olhos pingaram lagrimas sobre o fogo.
Correu por todo sertão e nenhum balsamo achou
para estancar o sangue das mãos.
Sem nuvens, apenas solidão caiu dentro de um açude seco e
o sangue escoava sem parar. Em cada povoado, cadáveres cobriam
as calçadas de pedra.
O sangue de Severino escorria no açude da esperança,
sem mais um porque brota do concreto um fio d"água
misturada ao sangue de Jesus.