Breve conto - Cruz credo!
O sol já iluminava a manhã, mas ainda não a aquecera de todo.
Ela caminhava com parcimônia, esperando até que o sol lhe aquecer os ossos.
Reparou nas pessoas que àquela hora estavam na rua – a maioria idosos e mulheres de meia idade que, a julgar pelos envelopes que transportavam, iam a médicos: -Triste rotina... Será que envelhecer é obrigatoriamente isso?
Caso fosse religiosa teria se benzido ao pensar:
Que aos 72 anos, vive alegre e bem disposta. Teve vontade de comemorar; nenhuma doença, filhos e netos criados, cada um tocando a sua vida...
-Melhor não anunciar. Do jeito que tem gente invejosa, cruz credo!