Mona 11
Mona acendeu uma vela. O prédio todo estava sem luz ou água. Ou seja: sem TV.
- Ora, o que é que eu vou fazer agora? - Era começo da noite.
O síndico bateu à sua porta. Desculpou-se pelo inconveniente e infelizmente disse que a luz só retornaria no dia seguinte. Mona fechou a porta e andou até sua estante de livros.
A maioria deles era da faculdade, o que desanimou Mona. Alguns livros de receitas (nunca usados), três manuais gigantescos sobre assuntos diversos. Então, alguns outros livros e revistas. A vela tremeluzia enquanto ela desenterrava algumas raridades do passado.
- "Mamãe Canguru", "O Conto da Patinha", "Tartaruguinha Feliz"... Nossa, eu me lembro desses.
Mona estava em um momento de nostalgia completa. Ela folheava as páginas coloridas e cheias de gravuras como se fosse criança outra vez.
Cada figura de animal e cada frase daquelas histórias simples e alegres contagiavam Mona. A chama então se apaga e o apartamento toma um ar sinistro.
Passos leves são ouvidos na direção do banheiro, Mona estava aterrorizada. Chamou, mas ninguém lhe respondeu. Ela, então, encontra um fósforo e reacende a vela. Há uma criança na frente de Mona que lhe diz: "Oi, eu me chamo Mona, e você?"