Bom dia!
(beija-me...)
Acordei sem saber do tempo e da cama onde me deitara - há séculos, parecia-me. O meu primeiro olhar caíu nele. Estava frio ao toque, constatei, com a pontinha do meu nariz que lhe roçou. Mesmo assim, acariciava-me o despertar com um olhar raiado de sol e, pelo som de fundo, notara que tinha posto uma música doce, chilreada, que voava livre pela janela aberta. Estiquei-lhe os braços, quase a medo aventurados para fora do conforto da noite... ele provocou-me um calafrio, mas recebeu-me no colo, como a filha há muito tempo adormecida. Deu-me um beijo, um beijo longo, resgatador, descobriu-me o corpo amolecido e ergueu-me de encontro a si, reanimando-me, galvanizando-me.
De pé, o ângulo da esquadria da vida é mais recto, mais depurado.
"Espera-se uma agradável temperatura de 25 graus, para hoje" - dizia a menina do noticiário da manhã. Afinal o dia prometia aquecer...