Perguntas idiotas, tolerância zero!
Anteontem meu marido me fez uma reclamação. Disse-me que eu não arrumava mais a casa como quando nos casamos, que há dez anos eu colocava tapetinhos, guardanapinhos, etc. Disse que parecia que eu tinha perdido o “Tesão” pela casa, que minha arrumação estava muito “papai-e-mamãe”. Na hora eu só ri, não disse nada. Mas ontem, aproveitando que os filhos foram passar o fim de semana na casa da minha sogra, resolvi agradar meu marido e passei o dia todo numa faxina arrasadora. Mudei móveis de lugar, coloquei as cortinas que há tempos estavam guardadas e esquecidas, tirei os tapetes de crochê, os guardanapinhos bordados que estavam guardados no armário, enfim, fiquei até as três da tarde na arrumação da casa. Realmente ele tinha razão! A casa ficou um brinco de tão linda! E eu, um bagaço de tão cansada! Tomei meu banho, deitei e dormi.
Acordei lá pelas seis, comi alguma coisa e fui me embonecar. Coloquei uma camisola que também estava esquecida lá no fundo da gaveta, fiz chapinha nos cabelos, passei uma maquiagem leve, perfume, pra combinar com o ambiente agradável e bonito da casa.
Enfim, quase nove da noite meu marido chegou do trabalho (temos um mercadinho e aos sábados ele vem muito tarde mesmo!). Deu-me um beijo, e já começou com as perguntas imbecis!
- Amor, pra que você está de maquiagem, onde você estava?
Eu respirei fundo e respondi:
- Não amor, eu só passei um lápis no olho e um batom porque eu estava muito pálida!
E ele:
- Ah sim, mas nem precisava, você não vai sair mesmo!
Aí ele, de repente, parou, olhou a casa e disse:
- Nossa! Amor, que casa linda, está como há dez anos trás, como nos casamos! Quem arrumou?
Aff! Eu não agüentei e falei:
- Foi o Ricardão! Ou você acha que ele só vem pra comer? Não, ele come e depois lava a louça!
Ele ficou me olhando com os olhos arregalados e não me disse mais nada. E eu, fui pro quarto, deitei e dormi! E como já dizia o nosso saudoso “Saraiva”: “Pergunta idiota, tolerância zero!”