Aconteceu no Xadrez
Em Setembro de 2000, eu era coordenador da modalidade xadrez nos jogos escolares de minha terra.
Aconteceu uma cena que considero inusitada no esporte em que militamos, obviamente pelo fato das competições enxadrísticas, não serem transmitidas pela televisão, pois ainda não é um esporte muito divulgado na mídia.
Numa partida do 1ºTabuleiro, categoria Juvenil Feminino, entre Naélia (Escola Politécnica) 0 X 1 Andréa (Colégio São José).
A competição transcorria normalmente. De repente, sou chamado através de um dos fiscais para resolver um incidente na referida partida. Andréa fez um lance com a dama contra a rival, porém na casa onde ela pretendia colocar a peça, estava atacada e imediatamente percebendo o erro e sem soltar a dama, colocou a mesma em outra casa. O impasse foi gerado porque Naélia, alegava que a Andréa, tinha liberado a peça na casa atacada, sendo que ela, Andréa afirmava o contrário.
O problema seria mais cômodo de resolver se Andréa, não fosse simplesmente minha filha. Vendo todo aquele bate boca, o professor Luciano, da Escola Eduardo Melo, falou que tinha registrado o lance através de sua máquina filmadora. Fato que me deixou surpreso...
Ele nos mostrou a gravação, a qual foi vista por todos presentes, ficando constatado e decidido que minha filha tinha razão. Para quem não sabe a conclusão do lance só é feita quando a peça é liberada na casa.
Foi uma coincidência incrível, haja vista que no momento da ocorrência existiam mais 30 partidas em andamento, e o professor Luciano estava justamente naquela mesa, na hora do incidente.
Sempre conduzi, os jogos com lisura e imparcialidade, porém se não fosse a máquina filmadora, como seria difícil a minha decisão.
Para não fugir ao velho ditado, de que nem Jesus Cristo agradou a todos aqui na terra, a equipe da Politécnica até hoje, me culpa pela derrota, porém tenho certeza que agi, com coerência e honestidade, além de ter a meu favor um recurso contundente de um vídeo.