Na vila de Orvalho
Em uma cidade pacata e simples todos sabem de tudo através do boca a boca dos mais falantes e formadores de opinião, mulheres belas e também as feias completam o cenário feminino. Pessoas cômicas e folclóricas, honestos e desordeiros na pequena vila um pouco de tudo. Andava eu rumo a qualquer lugar quando deparo com meia dúzia de pessoas aparentemente felizes tomando café e trocando uma prosa envolvente, aproximei-me gostando da prosa um café resolvi tomar, o mesmo pedi com presteza atenderam-me, mas algo diferente acontecia ali. Um senhor intitulado Andarino e seu fiel ajudante José Maurício a prosa dos dois fluía como se no céu os dois morassem.
Andarino contava causos, José Maurício afirmava a cena, o assunto tomava a linha. Assustei com um detalhe, ninguém pagava nada, bebia e saiam, chegavam outros e a mesma sena se repetia eu ali ouvia as histórias calado, meio faceiro José só sorrisos, Andarino o falastrão tanta felicidade eu via, não agüentei entrei no assunto então pro Andarino perguntei por que não cobrava nada dos cafés servido? Com afeto e gratidão sua resposta foi certeira, pois já havia recebido dono da situação havia sido curado de hanseníase e outras atribulações. José deu uma risada disse que ajudava por pura satisfação e café continuava sendo servido a todos sem distinção. Após contar-me sua história Andarino falou então: moro num rancho pobre, mas lá tem amor e muita atenção, chegando aqui em Orvalho, procure-me sem exceção aqui tem um servo do senhor que não consegue pagar o que recebeu por isso sirvo esse simples e humilde café com carinho e gratidão.