Mona 09

Havia uma névoa enfeitiçando o ar. Mona olhava para todos os lados, mas nada conseguia ver. Estava acostumando-se a chegar em lugares misteriosos, portanto não tinha ansiedade ou medo.

Ela andou para onde acreditava ser a frente e acabou por encontrar uma rua acinzentada, com pessoas acinzentadas. Mona observava os comerciantes negociando com os que por ali passavam. Havia cerca de cem barracas naquele local.

Uma criança erguia um balão num sorriso com um dente a menos; alguns homens de gravata saíam da Barraca de Apostas satisfeitos e cheios de dinheiro. Barraca de TVs, de relógios, de animais e até mesmo de sonhos.

- O que? Uma barraca que vende sonhos? - Indagou Mona, se aproximando.

- Correta. - Respondeu o vendedor. - Aqui compram-se e vendem-se sonhos. Permita-me demonstrar...

O vendedor recebeu um velho senhor que lhe pagou pelo serviço. Então, uma tela é descoberta, o senhor põe óculos de cor vermelha (a única cor daquele lugar) e começa a sorrir.

- Neste momento, minha cara... Este velho senhor assiste à vida de uma mulher arquiteta que foi muito bem sucedida em vida. É assim que a barraca funciona. O sonho de um conforta o arrependimento de outro. Gostaria de tentar?

- Desculpe, senhor, estou sem um tostão. - Disse-lhe Mona, educadamente.

- Oh, neste caso, vá para a Barraca da Verdade. Lá, tudo é de graça.

Zizibs
Enviado por Zizibs em 27/09/2010
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