A sangue frio
“Eu não sou, eu não sou, eu não sou!Eu...! Não...!”, refletia enquanto não conseguia esconder o medo, mesmo olhando fixamente para.
“Se soubesses. Ah! Pára de pensar. Mas como? Não há um mecanismo? Aliás, não deveria eu não pensar? Não lembro, muito menos faço questão. ”
Num ato impulsivo levantou a mão esquerda até a altura do queixo; num movimento excessivamente rápido levou a palma da mão aberta para o rosto na sua frente.
A marca vermelha estampada. Combinava com o rosto. Trouxe vida, digamos .
Uma lágrima caiu.
O sal, ao atingir a boca a fez tremer.
“Pára, pára, pára!”
Continuava, apesar da dor, a olhar. Estava encarando, talvez encarando os próprios demônios.
Quem sabe?
“Está frio. Melhor arranjar uma blusa, não? Hein?”
Olhou em volta: vazio.
“Responde!”, gritava.
...
Sentiu novamente aquele corpo em chamas.
“Perversa!”, pensou.
“Não se deixe dominar. Não é de seu fetiche, é? Mesmo? Ah, então, como íamos dizendo...”
E permaneceu assim.