A sangue frio

“Eu não sou, eu não sou, eu não sou!Eu...! Não...!”, refletia enquanto não conseguia esconder o medo, mesmo olhando fixamente para.

“Se soubesses. Ah! Pára de pensar. Mas como? Não há um mecanismo? Aliás, não deveria eu não pensar? Não lembro, muito menos faço questão. ”

Num ato impulsivo levantou a mão esquerda até a altura do queixo; num movimento excessivamente rápido levou a palma da mão aberta para o rosto na sua frente.

A marca vermelha estampada. Combinava com o rosto. Trouxe vida, digamos .

Uma lágrima caiu.

O sal, ao atingir a boca a fez tremer.

“Pára, pára, pára!”

Continuava, apesar da dor, a olhar. Estava encarando, talvez encarando os próprios demônios.

Quem sabe?

“Está frio. Melhor arranjar uma blusa, não? Hein?”

Olhou em volta: vazio.

“Responde!”, gritava.

...

Sentiu novamente aquele corpo em chamas.

“Perversa!”, pensou.

“Não se deixe dominar. Não é de seu fetiche, é? Mesmo? Ah, então, como íamos dizendo...”

E permaneceu assim.

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 22/09/2010
Reeditado em 13/05/2013
Código do texto: T2512746
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