Pela estrada afora eu vou bem sozinha...cantarolava,Marina...
Naquele dia, queria se isolar de toda a família.
Decidira que por ser tão importante para ela,necessitava pensar e meditar sobre sua vida e decisões importantes que deveria tomar.
Comentou apenas com algumas amigas e disse que estaria perto do sítio da Saudade,um local bem próximo à cidade,mas com todas características de paz,que tanto precisava.
Era seu aniversário.Completava 23 anos.E ainda, mais , era o dia de sua formatura em Direito.
Havia feito o curso pra satisfazer familiares,que sonhavam em garantir a continuação do escritório da família,porém aquilo nada lhe dizia.
A cada semestre na universidade, mais via que não concordava com princípios básicos ali contidos.
Nunca poderia defender alguém se não estivesse com a certeza da inocência dessa pessoa.
Isso era um entrave para aquela profissão.
Assim, ali caminhando, pensando no que faria, resolveu não comparecer à solenidade de formatura e enfrentar seus pais.
Pega o celular e avisa que não se preocupassem, pois ela estava bem,e assim falou tudo, como nunca antes conseguira fazer.
Do outro lado,a linha foi interrompida... Podia já imaginar o que estava acontecendo.
A mãe tendo seus xiliques, pensando nos gastos que haviam tido e bla,bla,blás...
Estava bem certa agora! Não festejaria algo que lhe trazia infelicidade.
Caminhava entre os verdes,quando de repente, vê chegar Bia e Beth, duas de suas amigas e para as quais ela tudo contou sobre seus planos.
Bia então,foi até o carro, buscou seu violão e as três ali cantaram os Parabéns.
Bia e Beth para festejar o niver de Marina e esta, pra festejar o dia de sua libertação.
Enfim,nascia de novo , se libertaria de um peso: uma escolha errada e sua falta de coragem de enfrentar os pais, sua covardia...
Agora, com a experiência do curso e com o diploma que conquistara trabalharia não no escritório da família,que parecia, pela frieza,apenas fábrica de dinheiro.
Trabalharia meio turno como secretária num escritório , o que lhe garantiria uma remuneração e no outro turno,faria pinturas.
Pintaria a vida, colocaria cores por onde passasse...
Ficaram as três ali até o fim do dia e à noite,foram juntas,enfrentar as "feras"...
Hoje, daquela cena, restam as lembranças e Marina, tornou-se uma importante pintora e é feliz.
Tem uma galeria e sua mãe,trabalha por lá com ela...Ela também, agora,faz o que gosta!