De Quando o Mundo Rodou ou; O Dia em que o céu Veio Abaixo
Início do ano, mais precisamente 3 de abril de 2010. na esquina de Guajajaras com Afonso Pena em Belo Horizonte – 11:30 da manhã. Estava de moto aguardando o sinal. Abriu, prontamente arrancamos e subitamente fomos interrompidos pela buzina e frenagem estridente de um carro oficial Astra preto, logo à minha frente. É que uma mulher baixinha, de pescoço torto pra um dos ombros, cisma de atravessar a rua e prá não atropelá-la o motorista breca.
Fudeu, pensei! Chamo a moto no freio, a bicha dá uma rabeada pro lado, derrapa, conserta a trajetória, falei é agora, fechei a cara, segurei firme o guidom e esperei pela porrada: buuummm! Cravei a roda no para-choque do carro, a moto ficou, dei uma cambalhota por cima do porta malas, o mundo rodou ou então o céu que veio abaixo. Meti o capacete no chão, caí estirado no asfalto, os carros desviando, levantei-me rapidamente pra não ser atropelado.
Um tremendo de um susto!
Tirei o capacete, o pessoal ajuntou, as velhas apavoradas: nossa senhora moço, o senhor machucou? Chamem o SAMU gritou a outra.
Abri os braços e gritei: SAMU pomba nenhuma; quero saber quem é que me empurrou? Pessoal riu.
Levantei a moto, tirei o blusão e fui procurar o pálido e trêmulo motorista do Poder Judiciário, que desceu do carro fingindo querer saber pelo motoqueiro, mas estava com cara de quem pagaria pra não vê-lo.
Calma meu amigo, sou eu o motoqueiro. Comigo tá tudo bem.
Vamos à lanchonete ao lado tomar um copo d’água.
Liguei pra Patroa que estava saindo pra almoçar.
Baixada a poeira, dispensada a ambulância e registrado o B.O., chega Claudinha.
- Jota você está meio pálido, que aconteceu? Viu a roda dianteira da moto ovalizada, procurou mais alguma coisa...
- Éh. Dei uma batidinha na trazeira daquele carro preto alí, mas tá
tudo bem. Não machuquei nada.
- Não? Olha como seu punho direito está inchado.
- Verdade! Engraçado que nem vi. Apertei o braço e não doeu.
- Mas tem que tirar uma radiografia. Olha também sua calça. Nossa...
Tá aparecendo sua cueca.
- Apertei as nádegas e não senti nada. Enrolei a blusa Yamaha na
cintura pra me compor.
Olha ela lá! Disseram apontando pra baixinha causadora do acidente.
Foi aí que vi a cara da excomungada
Hum; ela deu de ombro, como que dissesse: vocês aí que se virem.e adentrou logo no mesmo prédio de onde saiu.
Início do ano, mais precisamente 3 de abril de 2010. na esquina de Guajajaras com Afonso Pena em Belo Horizonte – 11:30 da manhã. Estava de moto aguardando o sinal. Abriu, prontamente arrancamos e subitamente fomos interrompidos pela buzina e frenagem estridente de um carro oficial Astra preto, logo à minha frente. É que uma mulher baixinha, de pescoço torto pra um dos ombros, cisma de atravessar a rua e prá não atropelá-la o motorista breca.
Fudeu, pensei! Chamo a moto no freio, a bicha dá uma rabeada pro lado, derrapa, conserta a trajetória, falei é agora, fechei a cara, segurei firme o guidom e esperei pela porrada: buuummm! Cravei a roda no para-choque do carro, a moto ficou, dei uma cambalhota por cima do porta malas, o mundo rodou ou então o céu que veio abaixo. Meti o capacete no chão, caí estirado no asfalto, os carros desviando, levantei-me rapidamente pra não ser atropelado.
Um tremendo de um susto!
Tirei o capacete, o pessoal ajuntou, as velhas apavoradas: nossa senhora moço, o senhor machucou? Chamem o SAMU gritou a outra.
Abri os braços e gritei: SAMU pomba nenhuma; quero saber quem é que me empurrou? Pessoal riu.
Levantei a moto, tirei o blusão e fui procurar o pálido e trêmulo motorista do Poder Judiciário, que desceu do carro fingindo querer saber pelo motoqueiro, mas estava com cara de quem pagaria pra não vê-lo.
Calma meu amigo, sou eu o motoqueiro. Comigo tá tudo bem.
Vamos à lanchonete ao lado tomar um copo d’água.
Liguei pra Patroa que estava saindo pra almoçar.
Baixada a poeira, dispensada a ambulância e registrado o B.O., chega Claudinha.
- Jota você está meio pálido, que aconteceu? Viu a roda dianteira da moto ovalizada, procurou mais alguma coisa...
- Éh. Dei uma batidinha na trazeira daquele carro preto alí, mas tá
tudo bem. Não machuquei nada.
- Não? Olha como seu punho direito está inchado.
- Verdade! Engraçado que nem vi. Apertei o braço e não doeu.
- Mas tem que tirar uma radiografia. Olha também sua calça. Nossa...
Tá aparecendo sua cueca.
- Apertei as nádegas e não senti nada. Enrolei a blusa Yamaha na
cintura pra me compor.
Olha ela lá! Disseram apontando pra baixinha causadora do acidente.
Foi aí que vi a cara da excomungada
Hum; ela deu de ombro, como que dissesse: vocês aí que se virem.e adentrou logo no mesmo prédio de onde saiu.