O EU SUBMETIDO
Numa tarde fria...
Sem sobejo - E voz de pai
– somente o ósculo e desejo
Que pela rua se vai...
O cão ao sair de casa
Farejou a coluna que ergue
A arquitetura – o santo sudário
O violino.
Deuses seminus
E a túnica prende a alma,
Labaredas trespassadas trespassam
E ao avesso do adeus, arpões de um
Suntuoso destino.
Consigo uma caixa
Contém os versos, a fala
E os retalhos de um coração peregrino.
Na medida exata
Que o corpo desce do avião
- um punhado de areia - atropela
O poeta nordestino.
Aquilo tudo
Era imensurávelmente novo –
E do novo nasce uma estrela
E na cortina preta do aeroporto
A Deusa à espreita – quanto mais
Seus olhos ficavam admirados,
Mais era o descabido desatino.
O fulgor do relógio,
a volúpia queimando o desejo
e o taxi foi se abrindo...
edifícios altos,
um rio enorme quase sumindo
e sobre este rio uma fotográfica ponte
escancaradamente sorrindo.
Alegria contagiante,
Um som se consumindo
- foi assim que a boca vermelha
Disse: Tire as calças,
E os sapatos apertados,
Meu grande amor
Seja bem vindo.