A Puta, o Cafetão e o Velho.
A moça parou, fixou seus olhos nos meus, abaixei a cabeça dela, mandei-a continuar. Talvez estivesse muito sentimental aquela noite, por isto não gostara que olhasse diretamente em meus olhos. Ela fumava um cigarro enquanto me chupava. Usava um batom vermelho-sangue, mas estava um tanto borrado.
Minutos depois gozei, ela cuspiu no chão. Pediu pelo pagamento. Eu disse que não havia de pagar pelo sexo de nenhuma mulher, muito menos de uma puta como ela – nunca pagara as mulheres que comia, era orgulhoso. Ela deitou na cama, e ficou lá. Pus minhas calças, desci as escadas pegando o caminho para o centro da cidade. Iria a algum boteco, talvez, quando senti dois pés em minhas costas, cai no chão, bati a boca com força. Ajoelhado, ouvia uma voz que gritava “Cadê o dinheiro, seu caloteiro de merda!”. Levantei rapidamente, acertei um murro no queixo dele. O rapaz era forte, me revidou com um soco no estomago, cai de joelhos, minha boca sangrava muito...
- Não se fazem mais cafetões como antigamente. – caçoei.
Cuspi na cara dele. O homem, enfurecido, me chutou ao pé da orelha. Cai de novo. Ele chutava o meu rosto seqüencialmente. Eu não tinha mais reação, então desmaiei.
Acordei no acostamento, a rua estava lavada de sangue. Tentei levantar, mas senti uma fincada forte em minha testa. Rastejei-me até uma espécie de banco que havia na calçada. Ainda era noite, procurei pelo meu cigarro. Continuava lá, amassado, mas ainda fumável. Acendi-o, tossia muito a cada tragada que dava.
Um velho sentou ao meu lado. Aparentava ser um mendigo. Carregava consigo uma garrafa de cachaça, me ofereceu. Após dar uns goles naquilo vomitei sangue com um líquido transparente. Ele riu, me perguntou o que estava fazendo lá. Disse que estava de passagem. O velho levantou-se meio corcunda, pegou o cigarro da minha boca, deu uma tragada e saiu.
E eu, eu adormeci ali.