Meu Agosto

Ludibrio, relembro, indago. O que realmente esperas de mim? Sensatez, polidez, discernimento? Eu que fujo das minhas verdades como foges de mim. Eu que palpito de desejo, enquanto você latente penetra em mim. Eu que vejo em seus olhos verdades e não entendo as discrepâncias.

Eu que não sei se és sincero, ou apenas aproveita que mais uma ainda não aprendeu o seu jogo. Sei que agosto será sem você. Sei que estarei livre de toda espera, de toda pressa, deste elucubrar que tanto ludibrio. Estarei a meu gosto, nos meus momentos e em plenas comemorações.

Será: meu agosto. Só meu, só doce, só livre, e de mais quem quiser, será só calma, será só presentes. Será sem você. Por mais que o coração aperte, por mais que o corpo sinta a falta, por mais que as lembranças vagueiem – eu terei apenas o meu agosto, para aprender o meu gosto e viver sem você.