A Garota que Pensava que Pensava

Era uma vez a Garota que pensava que pensava, pensava que a estória dela era duas ou três ou milhões de vezes...

Quando era Garotinha, ela não tinha nada, a não ser pensamentos; e não eram poucos, e a deixava curiosa, e para os outros seus pensamentos eram loucos, ou esquisitos; ou até mesmo divertidos!

A Garotinha estava sempre com confusão de pensamento... de censura, leitura, família, mundo, enfim, questionava, destrinchava, analisava, diagnosticava e prognosticava cada coisa que via, sentia, ouvia ou lia. E até mesmo o que ela não via, sentia, ouvia ou lia e nem sabia se existia.

A Garotinha que pensava que pensava crescia e seus pensamentos diminuía. Ela sempre obedecia. Tinha muitas responsabilidades...e não pensava no que fazia, não porque não queria, mas, porque era interrompida. Não pensa mas faça! Sempre ouvia. E também quem pensa não casa. Para a Garotinha, os pensamentos só atrapalhavam a vida.

E agora, Garota bonita, não pensou muito na vida. Apenas viveu; sentiu, chorou, sorriu, sofreu; e sempre evitou pensar, porque a Garota que pensava que pensava, pensava que pensar só piorava, a alegria acabava e a tristeza aumentava. Era assim, que a Garota que pensava, pensava.

Rose Silva

Rosinalva Machado Silva Bibliotecária
Enviado por Rosinalva Machado Silva Bibliotecária em 14/08/2010
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