Eles ainda tentam...
Dizem que é mera ilusão, mas quando ela aperta a mão dele – inexplicavelmente tudo faz sentido. A noite de chuva cria lua... E os minutos voam... Ela mesmo pisando em ovos falou a ele da vontade de fazer diferente e ele passou a entender melhor de recomeços.
Um olhando para o outro, petrificados, lançam resquícios da poesia russa. O corpo relaxa, o cinza da nuvem de fumaça avança, e a música ecoa buscando ocupar espaços vazios. Enquanto isso, o cheiro de chuva inundava a vista. Ela abre o olho e solta a fumaça de seu cigarro. Não quer mais pensar, ouvir, cansou... Olha para o lado, ele a sorri. E começa a chuva.....
Quando o real se impõe e a vida se vai, resta o retalho de sol que se avista pelo rasgo da cortina. A beleza feneceu no quadro, sem saber. Sem amanhã, sem mais tarde... Apenas sem, ainda mirando o véu secreto da moça, ela o vê indo embora pela janela.
Acredita nos finais dos ciclos, desenha um amarelo no ar, suspira. Ainda mais quando o telefone ainda toca – eles ainda tentam...