Noites curtas
E por mais lúdica que tenha sido esta história, hoje eu sei mudei. Sim, me moldaram em menos de uma semana o que há anos tento transformar. Ganhei uma leveza, por mais que na sinceridade destruíste minha confiança, sendo o presente mais ausente do mundo. As noites são mais curtas, em razão de devaneios e longas conversas, e isso me fez olhar novamente com amor o meu tarô. Eu que nem conheço nada direito, que eu faço a máxima questão de deixar longe, e que a cada dia acaba por ganhar um pouco da minha confiança e um pouco da minha história.
Foi dada a mão ao eremita e eu que um dia de cada vez começo a romper as grades da minha prisão da roda, e ai sim, percebemos reciprocidade, começo a rir, dou calma, e começa um novo conto, com um pé de prosa... Na loucura, no um dia após o outro, nas linhas tortas as coisas começam a fazer sentido.
Eu que sempre fui à dona dos meus desejos, que moldava meus caminhos, eu que cravei uma bússola na testa para nunca, jamais em tempo algum perder a direção, virei errado uma esquina e acabei dando de cara com o desconhecido, com o perigoso, com o que nunca vou saber como vai acabar.
E foi com o improvável que tenho tido as mais doces surpresas – e eu estou deixando apenas à prosa me levar. É na noite que a mágica começa a aparecer. Só sei que no escuro que as complicações parecem não existir e que o medo para de tomar parte. Só sei que nada sei, e para que saber mais? Acabei de quebrar a bússola. E agora,quem poderá em salvar?