As rosas de plástico não morrem

Sabe o engraçado, ontem eu lhe procurei apenas para saber o que afligia, e mesmo assim não fui retornada. Engraçado quando a loucura alheia permeia o meu cotidiano. Permeia o fim, depois de tanto. Mas cada um sabe como navegar seu navio. E o vento, será que ele ainda leva as palavras? Ou elas se alimentam na terra esperando o momento de florescer? São detalhes que constituem o momento, sim, a mentira só foi um detalhe, o fim se deu pelo medo, e quer saber ninguém tem nada com isso, ninguém. Eu na minha capa escondo a enorme capacidade de sentir, e hoje eu recebi flores, de uma pessoa querida, e só isso já alegrou meu dia.

Estou tão cansada, mas noite de ontem foi incrível, balela, foi apenas o que precisava. E quer saber, já vou avisando - não vou me poupar de palavras ou deixar de escrever o que sinto, e daí do voyeurismo? Foi apenas um presente, e presentes são apenas dados pela vontade ou pelo simples despudor. A idade me deixou despudorada e cruelmente sincera. E o que torna mais engraçado, esta liberdade encanta – como se alguém no mundo falasse exatamente o que pensa. É tipo, risos. Sinceramente parei de acreditar que isso possa existir, o cotidiano cansa, e a rotina domina qualquer relação. E quando menos esperava ganhei flores, só porque estava com saudades. E alguns momentos sorrir para o mundo faz apenas que o sorriso volte. E minha casa, hoje, cheira a rosas.