Domingo

Uma noite de domingo fria, um final perfeito para um fim de semana amuado. Perspectivas se colocam na minha frente, cartas de baralhos novamente são guardadas. Não, não quero mais saber do futuro. Quero a paz do presente. Fitei minha mãe lanchando, ela finalmente estava bem, e parecia pela primeira vez me entender. Alguns males são para o bem, eu apenas ri. Amanhã é segunda, um prazer envolve minha alma, quanta coisa já mudou este ano, de quase casada, quase madrasta, quase amante, eu fui um mix de quase tudo, são tão boas estas fases onde vemos o nosso limite. Onde descobrimos finalmente quem não somos, é o primeiro passo para a compressão, eu acho. Eu quase fui muitas vezes, e agora eu apenas sou. Passa na tv um de meus filmes favoritos, e eu hoje com toda doçura, sorrio.

Esta semana eu deixei de lutar por uma coisa que desejava a tino, na verdade eu realmente abri mão, valores, estes sim deveriam ter sido abolidos da mente, risos. Pelo menos eu ofereci a chance do conhecimento, fui chamada de louca e de escritora, sim, tem algumas coisas que eu faço bem. Louca e escritora, me orgulho profundamente desta qualificação. E no mais, sigo cheia de valores, cheia de desejos, e vejo que o mais belo dos belos, sou eu, sou eu. E nada e ninguém vai tirar isso de mim. Hoje na noite fria deste fim de domingo eu sorrio de verdade sabendo que o que vivi foi real, que é justo e que quem me conhece sabe: estou começando a aprender, que às vezes abrir mão é a única maneira de trazer de volta qualquer coisa, nem que seja ela a paz.