Talvez voce ache este '' conto'' longo, mas pense bem...e' como a vida que queremos ter....'' longa''...bom proveito!!
'' FAZE O BEM E OLHE A QUEM ''
Sei que o ditado antigo e' "" faze o bem e '' nao '' olhe a quem ""
Mas eu sempre pensei diferente e tive '' turras'' homericas em casa, com minha mae principalmente e tambem com minha avo', mae Bene, minha adorada mae Bene nao me chateava nao, mas nao concordava comigo, meu pai e meu avo nao se intrometiam, nao davam palpites neste '' assunto "", mas a mulherada!!!!
E tudo comecou, eu me lembro, quando eu estava nos meus 10 / 11 anos de idade, eu tinha de tudo que um menino neto unico, filho unico e com uma mae de criacao unica, mae Bene, poderia ter, a fazenda que moravamos tinha pertencido la' no passado sempre 'a minha familia, tetravo, bisavo, avo, depois meu pai e quando chegou minha vez toquei ainda por uns tempos, mas os tempos eram outros e resolvi...vendi!!! e tinha uma bicicleta, ganhei outra e minha mae resolveu da-la para um dos meninos da fazenda, deu, eu mesmo fui levar e ele todo contente recebendo e dias depois vi meu avo e meu pai conversando no escritorio da fazenda com o pai dele e a mulherada la' de casa no maior alvoroco....o pai do menino tinha vendido a bicicleta para tomar umas e outras, e como diziam as mulheres da fazenda toda :- era um pau d'agua, sem vergonha e meu avo dando a maior carraspana no fulano e mandou que ele fosse buscar a bicicleta de novo...deu o dinheiro, ele foi, trouxe e entregou ao filho...meu avo descontou o dinheiro aos poucos do salario dele...e eu aprendi a licao.
Eu era gerente de um banco, tinha boa situacao financeira e meu armario lotado de roupas que ou nao me serviam mais, ou estavam fora de moda e no banco havia um faxineiro, casado, e sua esposa trabalhava com ele na mesma companhia e uma manha em julho, um frio de lascar, zero grau fazia ou menos ate', e eu chegando mais cedo pois teria que ir 'a SP SP e vejo o faxineiro sem blusa de frio, sem agasalhos adequados e a esposa tambem, nada falei naquele momento, eu tinha pressa e fui embora.
No dia seguinte, em um momento que fui ate' a copa tomar um lanche, um cafe', vi o faxineiro por la' e puxei conversa sobre o frio que estava fazendo e bla bla bla e dizendo que eu tinha muitas blusas de frio, agasalhos, casacos e se ele se interessava em comprar e ele me olhando como se eu fosse um marciano e me respondendo na bucha:-
Comprar?..eu sou pobre o senhor e' rico , se quiser me dar eu aceito...agora comprar nao!!!
Nao? mas o senhor nem perguntou por quanto eu faria, nem quer saber o preco?
Nao, muito obrigado ....e se foi, me virando as costas.
Esqueci do assunto. Assunto morto e enterrado
Dias depois ele limpando minha sala e parou um pouco quando me viu entranto e pedindo licenca perguntou por quanto eu faria cada blusa , cada casaco, enfim cada peca de roupa, eu disse 'a ele e ele concordou que no sabado iria ate' minha casa e resolveriamos...
Foi, gostou de tudo, a esposa tambem, fizemos o preco, ele pagou o que pode na hora e ficou de me pagar o resto na segunda...saiu feliz, eu fiquei feliz e o dinheiro que nao era muito serviu para comprar uma nova blusa de frio para mim...meu armario agora tinha lugar de sobra e o dele com certeza lotado, pensava eu...ledo engano!!!!
Uma semana depois do negocio fechado, uma outra senhora que tambem era faxineira por la', veio falar comigo e pedindo se eu tinha mais roupas para '' vender'' eu disse que nao e ficamos na conversa e ela me contando que o faxineiro tinha feito um bom dinheiro vendendo no bairro que ele morava as roupas que eu lhe tinha vendido tao barato, eu elogie e disse 'a ela que iria ver com minha esposa e diria depois e de fato tinhamos e vendemos e ela tambem vendeu la' no bairro...que danados!!
Eu nao disse nada ao faxineiro, ele tinha comprado, era dele, poderia fazer o que quizesse das roupas...entao??? eu poderia ter doado as roupas 'a ele, claro, seria um grande bem...mas um dia ele veio e me disse que foi melhor quando ele comprou, surgiu a ideia de vender e com bom lucro....e sabem da melhor? ele montou uma lojinha '' brecho' '', loja de coisas usadas la' no bairro dele, na casa dele primeiro e depois contruiu um pequeno comodo ao lado da casa, a esposa saiu da faxina e toca a lojinha ate' hoje....eu sempre tive a certeza que estava certo fazendo assim, agindo assim ....tem quem nao concorda, tem quem concorda,,,mas eu ainda faco desta maneira...se nao fizer nao sou eu!!!
Outro assunto:-
Eu era voluntario em uma casa de oracao espirita, kardecistas, mesa branca, lugar de paz e tranquilidade, humilde, mas um pessoal tao maravilhoso que fui me '' doando'' por inteiro e as reunioes eram feitas no porao da casa do presidente...sr Antonio, e eu depois de um mes por la', e como contador, auditor, administrador que era, ja' me interessando por quem paga a conta de luz? de agua? as despesas de papelarias, copias, avisos, aparelhos de som que se quebra, enfim, despesas e o presidente dizendo :-
Seo Zezito nao se incomode, eu pago, sempre paguei, fique tranquilo , nao fiquei, e um domingo ao entrar na sala da pequena recepcao aos amigos, eu coloquei uma bandeja e dinheiro nela, as pessoas que chegaram depois foram colocando e quando as oracoes do domingo terminou a filha do presidente recolheu e entregou nas maos dele...ele chorou e pediu que eu entao ficasse com o dinheiro e providenciasse os pagamentos...
Fomos , eu e mais alguns voluntarios entao a CPFL, luz, e instalamos um relogio separado da casa...a agua nao foi possivel, a prefeitura nao autorizou, mas eu e outros '' calculadores'' por la' fizemos uns calculos e passamos a pagar junto com a conta mensal da casa....e agora tinhamos dinheiro para despesas da casa de oracao...que bom nao?
E a Casa de Oracao cresceu, tinha nome, diretoria, e salas foram sendo construidas e no final de alguns anos a Igreja onde era o quintal da casa e um asilo e um orfanato foram construidos em terrenos doados pela prefeitura...a Casa de Oracao cresceu tanto, tanto...que dava orgulho ver!!
E eu fazendo parte deste crescimento, tinha amizade com a filha de um funcionario do palacio do governo em SP SP, ela falou com a pai dela, ele pediu nosso cadastro e um dia recebo uma carta e um amigo da casa tinha uma Kombi e la' vamos nos para SP SP buscar alimentos, pecas de flanela, maquinas de costura e o '' mercado '' da casa de oracao, a '' fabrica'' de pijamas, roupas de bebes , foram inaugurados....voluntarios trabalhavam dia e noite cadastrando familias pobres, maes necessitadas de enxovais para bebes, e roupas chegando sem parar e o '' bazar'' foi montado, era de tudo por la'...roupas, sapatos, cintos, binquedos, carrinhos de bebe, tudo, tudo que se necessita para uma vida digna havia por la'..
E as familias cadastradas, havia uma equipe jovem , de jovens universitarios que estavam fazendo servico social e colaborando com a Casa, e as familias entao podiam ir ate' o bazar e escolher o que necessitavam e nada era cobrado ....quem podia pagar pagava, quem nao....nao, e assim funcionava e os pequenos '' probremas'' comecaram.....
Os jovens do servico social tiveram que mudarem seus criterios, ficaram sabendo que algumas pessoas recebiam de graca, moravam em favelas e por la' vendiam.....foi dificil para eles, mas conseguiram diminuir esta '' coisa''...coitados dos universitarios, estavam aprendendo a viver o servico social brasileiro na '' marra''....
Uma senhora, da cor negra, era uma senhora que gostava de ir 'as oracoes, morava longe, vinha 'a pe', tinha 5 ou 6 filhos, alguns vinham junto com ela...necessitava de um fogao , os universitarios falando comigo e eu com a diretoria e pedi 'a minha amiga e ela com seu pai e arrumou varios fogoes e com butijoes...e eram novos!!!
No dia da distribuicao, um sabado, comecou cedo a fila e no final da tarde a senhora e varios filhos dela chegando com um carrinho de mao e apanhando o fogao e o bujao...chorava de felicidade, e nos abencoava, nunca tinha tido nada tao lindo, dizia ela, e passava a mao, alisava seu fogao..e os filhos em volta, colocando no carrinho e um deles o bujao no ombro e se despedindo ..foram com deus, ficamos com deus....
Na semana seguinte olha a senhora de volta....chorando, tinha o rosto e os bracos marcados, tinha apanhado do maridao...bebadao...e o maledetto tinha vendido fogao e butijao e bebido tudo em pinga e jogado sinuca...coitada!!! ficou sem fogao e sem butijao e ainda por cima apanhou, nao queria deixar ele tirar do barraco, vizinhos ainda tentaram ajudar...nao foi possivel!!!!
Os universitarios foram por la, conversaram com o maridao, ele ameacou matar todos eles, eles diziam que iriam chamar a policia e ele dizendo:-
Quantos fogoes vierem, quantos eu vendo...e foi embora para o bar mais proximo....ela continuou cozinhando no '' carvao'', soprando fogo na lenha, na brasa...que pecado!!!!
Outro assunto :-
Um dia eu e uma de minhas filhas resolvemos e falavamos com toda nossa familia e com amigos, e com amigos dos amigos e ate' com desconhecido e foram chegando doacoes e alugamos um pequeno barracao e pessoas agora nos ajudando no recebimento de tudo, de tudo mesmo mandavam, algumas pessoas separando por tamanho, de crianca, de adulto...sapatos, bolsas enfim uma verdadeira loja e comecamos a doar...cadastravamos familias, visitavamos e elas vinham buscar .
E era uma tarefa sem fim, pedir....receber.....doar...pedir de novo...receber sem parar ...e doar, doar....ufa!!
E um dia uma senhora veio logo na segunda cedo, na sexta voltou, no meio da semana seguinte olha ela de volta de novo...e eu de olho e perguntando para minha filha o que estava acontecendo, so' para saber...sei, sei!!! esperta por esperto...sou mais eu ...e eu pensando:- a danada ta' vendendo quer apostar e disse isto 'a minha filha que ficou indignada comigo...pai, onde ja' se viu o senhor pensar isto...entao por que nao pergunta 'a ela direto...e foi o que eu fiz...e sabe qual foi a resposta?
Num to vendendo nao seo Zezito, por deus do ceu.
Mas dona Maria, a senhora ja' veio treis dias em duas semanas e levou sacolas cheias de roupas...eu tenho que pensar algo....
Nao seo Zezito num vendo nao...sabi cumu e' qui e'....nois num lava as roupas nao...jogamos fora seo Zezito...la' no barraco num tem agua e si tivesse era caro e sabao entao? num temo nao...intao comu vamu lava' toda esta ropa?...temo qui usa' usa' inte' nao pode mais e joga fora, porisso venho busca' mais seo Zezito....
T'a bao dona Maria....pode pegar com minha filha ali , pode ,,,pode
Fazer o que depois destes argumentos nao?
E as doacoes eram menores que as '' retiradas'', fechamos mais este capitulo de nossas vidas.....doar sem olhar 'a quem!!!!
Mas eu e minha familia fazemos sim o bem sem olhar a quem
Tem casos...tem '' causos''...e tem muita malandragem envolvida no negocio de fazer o bem sem olhar a quem...se tem!!!
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Sei que o ditado antigo e' "" faze o bem e '' nao '' olhe a quem ""
Mas eu sempre pensei diferente e tive '' turras'' homericas em casa, com minha mae principalmente e tambem com minha avo', mae Bene, minha adorada mae Bene nao me chateava nao, mas nao concordava comigo, meu pai e meu avo nao se intrometiam, nao davam palpites neste '' assunto "", mas a mulherada!!!!
E tudo comecou, eu me lembro, quando eu estava nos meus 10 / 11 anos de idade, eu tinha de tudo que um menino neto unico, filho unico e com uma mae de criacao unica, mae Bene, poderia ter, a fazenda que moravamos tinha pertencido la' no passado sempre 'a minha familia, tetravo, bisavo, avo, depois meu pai e quando chegou minha vez toquei ainda por uns tempos, mas os tempos eram outros e resolvi...vendi!!! e tinha uma bicicleta, ganhei outra e minha mae resolveu da-la para um dos meninos da fazenda, deu, eu mesmo fui levar e ele todo contente recebendo e dias depois vi meu avo e meu pai conversando no escritorio da fazenda com o pai dele e a mulherada la' de casa no maior alvoroco....o pai do menino tinha vendido a bicicleta para tomar umas e outras, e como diziam as mulheres da fazenda toda :- era um pau d'agua, sem vergonha e meu avo dando a maior carraspana no fulano e mandou que ele fosse buscar a bicicleta de novo...deu o dinheiro, ele foi, trouxe e entregou ao filho...meu avo descontou o dinheiro aos poucos do salario dele...e eu aprendi a licao.
Eu era gerente de um banco, tinha boa situacao financeira e meu armario lotado de roupas que ou nao me serviam mais, ou estavam fora de moda e no banco havia um faxineiro, casado, e sua esposa trabalhava com ele na mesma companhia e uma manha em julho, um frio de lascar, zero grau fazia ou menos ate', e eu chegando mais cedo pois teria que ir 'a SP SP e vejo o faxineiro sem blusa de frio, sem agasalhos adequados e a esposa tambem, nada falei naquele momento, eu tinha pressa e fui embora.
No dia seguinte, em um momento que fui ate' a copa tomar um lanche, um cafe', vi o faxineiro por la' e puxei conversa sobre o frio que estava fazendo e bla bla bla e dizendo que eu tinha muitas blusas de frio, agasalhos, casacos e se ele se interessava em comprar e ele me olhando como se eu fosse um marciano e me respondendo na bucha:-
Comprar?..eu sou pobre o senhor e' rico , se quiser me dar eu aceito...agora comprar nao!!!
Nao? mas o senhor nem perguntou por quanto eu faria, nem quer saber o preco?
Nao, muito obrigado ....e se foi, me virando as costas.
Esqueci do assunto. Assunto morto e enterrado
Dias depois ele limpando minha sala e parou um pouco quando me viu entranto e pedindo licenca perguntou por quanto eu faria cada blusa , cada casaco, enfim cada peca de roupa, eu disse 'a ele e ele concordou que no sabado iria ate' minha casa e resolveriamos...
Foi, gostou de tudo, a esposa tambem, fizemos o preco, ele pagou o que pode na hora e ficou de me pagar o resto na segunda...saiu feliz, eu fiquei feliz e o dinheiro que nao era muito serviu para comprar uma nova blusa de frio para mim...meu armario agora tinha lugar de sobra e o dele com certeza lotado, pensava eu...ledo engano!!!!
Uma semana depois do negocio fechado, uma outra senhora que tambem era faxineira por la', veio falar comigo e pedindo se eu tinha mais roupas para '' vender'' eu disse que nao e ficamos na conversa e ela me contando que o faxineiro tinha feito um bom dinheiro vendendo no bairro que ele morava as roupas que eu lhe tinha vendido tao barato, eu elogie e disse 'a ela que iria ver com minha esposa e diria depois e de fato tinhamos e vendemos e ela tambem vendeu la' no bairro...que danados!!
Eu nao disse nada ao faxineiro, ele tinha comprado, era dele, poderia fazer o que quizesse das roupas...entao??? eu poderia ter doado as roupas 'a ele, claro, seria um grande bem...mas um dia ele veio e me disse que foi melhor quando ele comprou, surgiu a ideia de vender e com bom lucro....e sabem da melhor? ele montou uma lojinha '' brecho' '', loja de coisas usadas la' no bairro dele, na casa dele primeiro e depois contruiu um pequeno comodo ao lado da casa, a esposa saiu da faxina e toca a lojinha ate' hoje....eu sempre tive a certeza que estava certo fazendo assim, agindo assim ....tem quem nao concorda, tem quem concorda,,,mas eu ainda faco desta maneira...se nao fizer nao sou eu!!!
Outro assunto:-
Eu era voluntario em uma casa de oracao espirita, kardecistas, mesa branca, lugar de paz e tranquilidade, humilde, mas um pessoal tao maravilhoso que fui me '' doando'' por inteiro e as reunioes eram feitas no porao da casa do presidente...sr Antonio, e eu depois de um mes por la', e como contador, auditor, administrador que era, ja' me interessando por quem paga a conta de luz? de agua? as despesas de papelarias, copias, avisos, aparelhos de som que se quebra, enfim, despesas e o presidente dizendo :-
Seo Zezito nao se incomode, eu pago, sempre paguei, fique tranquilo , nao fiquei, e um domingo ao entrar na sala da pequena recepcao aos amigos, eu coloquei uma bandeja e dinheiro nela, as pessoas que chegaram depois foram colocando e quando as oracoes do domingo terminou a filha do presidente recolheu e entregou nas maos dele...ele chorou e pediu que eu entao ficasse com o dinheiro e providenciasse os pagamentos...
Fomos , eu e mais alguns voluntarios entao a CPFL, luz, e instalamos um relogio separado da casa...a agua nao foi possivel, a prefeitura nao autorizou, mas eu e outros '' calculadores'' por la' fizemos uns calculos e passamos a pagar junto com a conta mensal da casa....e agora tinhamos dinheiro para despesas da casa de oracao...que bom nao?
E a Casa de Oracao cresceu, tinha nome, diretoria, e salas foram sendo construidas e no final de alguns anos a Igreja onde era o quintal da casa e um asilo e um orfanato foram construidos em terrenos doados pela prefeitura...a Casa de Oracao cresceu tanto, tanto...que dava orgulho ver!!
E eu fazendo parte deste crescimento, tinha amizade com a filha de um funcionario do palacio do governo em SP SP, ela falou com a pai dela, ele pediu nosso cadastro e um dia recebo uma carta e um amigo da casa tinha uma Kombi e la' vamos nos para SP SP buscar alimentos, pecas de flanela, maquinas de costura e o '' mercado '' da casa de oracao, a '' fabrica'' de pijamas, roupas de bebes , foram inaugurados....voluntarios trabalhavam dia e noite cadastrando familias pobres, maes necessitadas de enxovais para bebes, e roupas chegando sem parar e o '' bazar'' foi montado, era de tudo por la'...roupas, sapatos, cintos, binquedos, carrinhos de bebe, tudo, tudo que se necessita para uma vida digna havia por la'..
E as familias cadastradas, havia uma equipe jovem , de jovens universitarios que estavam fazendo servico social e colaborando com a Casa, e as familias entao podiam ir ate' o bazar e escolher o que necessitavam e nada era cobrado ....quem podia pagar pagava, quem nao....nao, e assim funcionava e os pequenos '' probremas'' comecaram.....
Os jovens do servico social tiveram que mudarem seus criterios, ficaram sabendo que algumas pessoas recebiam de graca, moravam em favelas e por la' vendiam.....foi dificil para eles, mas conseguiram diminuir esta '' coisa''...coitados dos universitarios, estavam aprendendo a viver o servico social brasileiro na '' marra''....
Uma senhora, da cor negra, era uma senhora que gostava de ir 'as oracoes, morava longe, vinha 'a pe', tinha 5 ou 6 filhos, alguns vinham junto com ela...necessitava de um fogao , os universitarios falando comigo e eu com a diretoria e pedi 'a minha amiga e ela com seu pai e arrumou varios fogoes e com butijoes...e eram novos!!!
No dia da distribuicao, um sabado, comecou cedo a fila e no final da tarde a senhora e varios filhos dela chegando com um carrinho de mao e apanhando o fogao e o bujao...chorava de felicidade, e nos abencoava, nunca tinha tido nada tao lindo, dizia ela, e passava a mao, alisava seu fogao..e os filhos em volta, colocando no carrinho e um deles o bujao no ombro e se despedindo ..foram com deus, ficamos com deus....
Na semana seguinte olha a senhora de volta....chorando, tinha o rosto e os bracos marcados, tinha apanhado do maridao...bebadao...e o maledetto tinha vendido fogao e butijao e bebido tudo em pinga e jogado sinuca...coitada!!! ficou sem fogao e sem butijao e ainda por cima apanhou, nao queria deixar ele tirar do barraco, vizinhos ainda tentaram ajudar...nao foi possivel!!!!
Os universitarios foram por la, conversaram com o maridao, ele ameacou matar todos eles, eles diziam que iriam chamar a policia e ele dizendo:-
Quantos fogoes vierem, quantos eu vendo...e foi embora para o bar mais proximo....ela continuou cozinhando no '' carvao'', soprando fogo na lenha, na brasa...que pecado!!!!
Outro assunto :-
Um dia eu e uma de minhas filhas resolvemos e falavamos com toda nossa familia e com amigos, e com amigos dos amigos e ate' com desconhecido e foram chegando doacoes e alugamos um pequeno barracao e pessoas agora nos ajudando no recebimento de tudo, de tudo mesmo mandavam, algumas pessoas separando por tamanho, de crianca, de adulto...sapatos, bolsas enfim uma verdadeira loja e comecamos a doar...cadastravamos familias, visitavamos e elas vinham buscar .
E era uma tarefa sem fim, pedir....receber.....doar...pedir de novo...receber sem parar ...e doar, doar....ufa!!
E um dia uma senhora veio logo na segunda cedo, na sexta voltou, no meio da semana seguinte olha ela de volta de novo...e eu de olho e perguntando para minha filha o que estava acontecendo, so' para saber...sei, sei!!! esperta por esperto...sou mais eu ...e eu pensando:- a danada ta' vendendo quer apostar e disse isto 'a minha filha que ficou indignada comigo...pai, onde ja' se viu o senhor pensar isto...entao por que nao pergunta 'a ela direto...e foi o que eu fiz...e sabe qual foi a resposta?
Num to vendendo nao seo Zezito, por deus do ceu.
Mas dona Maria, a senhora ja' veio treis dias em duas semanas e levou sacolas cheias de roupas...eu tenho que pensar algo....
Nao seo Zezito num vendo nao...sabi cumu e' qui e'....nois num lava as roupas nao...jogamos fora seo Zezito...la' no barraco num tem agua e si tivesse era caro e sabao entao? num temo nao...intao comu vamu lava' toda esta ropa?...temo qui usa' usa' inte' nao pode mais e joga fora, porisso venho busca' mais seo Zezito....
T'a bao dona Maria....pode pegar com minha filha ali , pode ,,,pode
Fazer o que depois destes argumentos nao?
E as doacoes eram menores que as '' retiradas'', fechamos mais este capitulo de nossas vidas.....doar sem olhar 'a quem!!!!
Mas eu e minha familia fazemos sim o bem sem olhar a quem
Tem casos...tem '' causos''...e tem muita malandragem envolvida no negocio de fazer o bem sem olhar a quem...se tem!!!
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