Continhos Bagaçeira

Era um verdadeiro machão de cozinha.

Chegava em casa quase todo dia embriagado até os ossos. Então, batia na esposa, espancava o casal de filhos menores, chutava o cachorro magro e sarnento & jogava água no papagaio. Até que –em uma ocasião – arrumou uma confusão no bar com um nortista que não engolia desaforo ou era valente de fato. Tombou morto com dois balaços no meio da testa. Acabara definitivamente o inferno familiar...

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“- Tio, dá cinco real prá mim aí. Não vou mentir para o senhor, é prá comprá pedra mesmo. Sou viciada. E não? Desde os onze ano morando na rua. Já viu, né? Agora tô com quinze ano e se não chegar no mocó com algum dinheiro meu Negão me expulsa do cobertor...

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Polícia quando resolve mostrar serviço só pode dar merda. Que dúvida. Batida nos bares da cidade. Um cidadão se apavorou na abordagem e um garoto de 18 anos se coçou mais do que devia. Saldo da tragédia: os dois mortos com tiros na cabeça, peito e membros. Um deles era trabalhador da construção civil e tinha quatro filhos para adiantar o lado. O garoto era estudante de direito e filho da burguesia. No fim das contas não pegou nada para ninguém da equipe. Nessas horas vale a lei do “ninguém sabe, ninguém viu.”

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O cara estava tão doidão que resolveu estuprar a vizinha do lado. Cocaína, boletas, álcool. Combinação mais que fatal. A mente desanda e o cidadão perde a razão e a civilidade. Ato consumado ainda tentou ser foragido. Foi detido e torturado. Assinou boletim de ocorrência do artigo 213 do Código Penal. Pena mínima sete anos. Fora a lei do cão dentro do presídio. Esse perdeu a vergonha e as pregas.

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“- Não vou negar nada. Matei esse filho da puta mesmo. Sujeitinho à toa. Bulindo com a mulher dos outros?! Comigo não, violão. Mulher minha pode ser puta da zona, mas tá comigo, tá comigo. Aí, esse folgado chega cheio de marra no samba e pensa que é o “rei da cocada preta”? Cheio de amor prá dar na nega do próximo? Cortei a goela do safado para ver se ele ficava esperto. Esse não merecia viver, doutor...