Ilusões
Porque doí igual de cada vez que lembro de você? Se nunca tivemos nada, se nunca te perdi na realidade, se tudo não passa de um sonho recorrente de quem nunca teve. Mas mesmo assim, depois que nos falamos passei várias noite em claro, perdida em lembranças que já nem sabia que eu tinha.
Mas esqueça... E não, não conte a ninguém, nem me recorde disso... Não posso mais sentir sua falta, ela pesa, ela confunde, já que nós dois nunca existimos de fato... “fomos apenas um sonho bom, eu acordei chorando por isso te liguei”. Então, te suplico, pare de me atender... Esqueça que eu existo. Porque no desespero da noite enorme e negra de ontem, eu busquei abrigo na rua, pintei os olhos de preto, quem sabe tentava disfarçar as olheiras que as noites em branco me deixavam. Andei a deriva, bebi em demasia, fumei o que meu pulmão agüentou... E mas tarde na minha cama, enjoada, desejei nunca mais lembrar de você, desejei nunca ter te convidado àquele bar, e nunca ter respondido sua primeira mensagem. Pela primeira vez, te lembro com peso, e novamente me torno tão dramática, tão carente, tão sonhadora... Isso que você faz comigo, você me atormenta... Há tempos tentava não me lembrar de nada, não sentir mais nada, não saber mais nada, mas ainda não havia conseguido me soltar completamente daquela corrente de ferro lacada a branco que me prendia a suas lembranças, e quando eu penso, ela trás todas ao mesmo tempo, e eu me sufoco de sua ausência, do que poderia ter sido e de você, eu não aguento mais você em mim, do que você me tornou, e do que eu senti. Ai, rezo por mais uma manhã... acordar facilita sempre este tipo de confusões.