Minha vida é uma novela

Levando em consideração o sofrimento de todos aqueles que tentaram sua sorte na Europa, mas que não conseguiram passar pelos portões da imigração, eu decidi escrever minha história de aventureiro no Brasil. Minha esposa, nascida no Brasil, eu nasci em Portugal e no entanto, nos conhecemos na Inglaterra. Decidimos casar. O Brasil parecia o melhor lugar para isso. Cuidamos da documentção e nos casamos em 2004. O visto de minha esposa ficou pronto em menos de três semanas. Tudo foi feito através do correio e as taxas foram insignificantes.

Em 2008, minha esposa convence-me a vir para o Brasil, conseguir um visto de permanência e começar uma vida nova. Eu aceitei.

Como todos que pretendem morar no Brasil, eu procurei o orgão responsável e dei entrada no processo. Uma quantidade absurda de documentos, e taxas altissímas. Pediram-me que ligasse a cada mês para saber do andamento do processo. Durante um ano e meio, tudo que me diziam era "o processo está em Brasília". Eu não podia trabalhar (pelo menos, não de carteira assinada).

Recedi então uma carta onde fui informado que o processo havia sido revisado e aceitado. Procurei então o orgão público mais uma vez (que fica a 50km da minha casa), deram-me uma lista de documentos que eu precisaria para efetuar o registro como estrangeiro. Mais uma vez eu paguei um absurdo de taxas. Fiz um agendamento e alegremente, dois anos depois pensei que o fim estava próxmo.

Estava enganado. Mandaram-me procurar o Consulado Português e obter através deles uma permissão para poder me registrar no Brasil. Agora eu me pergunto. Por quê Portugal tem que consentir ou não minha permanência no Brasil? Eu não sei, mas o que eu sei é que sem isso, eu não terei nenhuma chance.

Dois anos se passaram e eu continuo sem documentos. Como eu poderei me comportar como cidadão, se o governo faz descaso de mim?

Estou de olho no futuro, quem sabe lá na frente a burocracia já quase não exista.

Jose DaSilva
Enviado por Jose DaSilva em 05/08/2010
Código do texto: T2419520
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