O professor
Observo meu professor, aproximadamente cinqüenta anos, sem aliança e inteligente, tão inteligente que às vezes o invejo. Porém quando olho para ele não consigo nunca me afastar desta indagação: Será que é feliz?
Ao observá-lo não consigo me deparar com nada, há não ser, o que ele deixou de viver para atingir a posição que tem hoje. Enquanto ele “cospe” sua aula eu o observo, até mesmo o fito, com um certo ar desafiador, mas nada o desvia.
Apesar de olhar para todos os rostos da sala, tenho a sensação de que se estabelece num palco, onde seus alunos são somente telespectadores de seu espetáculo, que se divide ente o quadro negro e seu laptop. As cadeiras da sala vazias e a evasão dos alunos em plena aula, não o afetam, ele apenas segue o seu ritmo.
Sorri pouco, parece preso nas informações fielmente decoradas e analisadas dentre seus anos como profissional. Mas a indagação ainda me incomoda. Não sei se entre a velocidade das noticias ou até mesmo de sua vida existe tempo para a felicidade... E então me questiono sobre meu futuro, será que quem atinge o sucesso na profissão tem tempo para ser feliz? Ou a solidão dos livros conforma esses profissionais... Mas nada desvenda minha curiosidade.
Ainda vou me perguntar durante muito tempo sobre ele, sua felicidade e meu futuro ...