O ORFANATO
O seu nome é Valentim, mas todos podiam chamá-lo de “Pingo”, nome pelo qual ele próprio preferia de ser chamado. Pingo vivia num orfanato, onde, aliás, também viviam seus amigos: o confuso “Leno”, a inteligente “Pam” e a valente “Duda”, sob a direção da bondosa “Senhora. Conceição”, ou Dona Marta, como as crianças a conheciam.
Era cedo, umas 8:30 da manhã, quando num golpe certeiro, informou Dona Marta:
— Crianças, teremos que fechar o orfanato!
A péssima notícia, naquele instante fora uma bomba, causando espanto em todos ali presentes.
— Como assim?
Interrogou Duda, não conseguindo esconder a tristeza que lhe abatera.
O que houve Dona Marta?
Completou Pingo, com um ar de quem diz, “pode contar comigo”.
Dona Marta de cabeça baixa responde:
— Crianças, esta é uma notícia desagradável, da qual eu não queria ter sido a portadora, contudo eu não poderia omitir de vocês. Este terreno pertencia à prefeitura, mas ontem à tarde o prefeito me ligou, dizendo que em nome do progresso, a prefeitura estaria negociando a venda do terreno com alguns capitalistas que pretendem construir um shopping Center.
— E nós, vamos morar lá?
Indagou Leno na sua túrbida inocência.
Com uma sabedoria quase adulta de uma garota de 11 anos, explica então a pequena Pam.
— Infelizmente não. Lamento muito ter que desapontá-lo Leno, mas isso implica no nosso despejo. Seremos desabrigados!
— Isso mesmo.
Ratificou Dona Marta, fitando aqueles olhinhos desapontados. Logo depois as crianças dirigiram-se ao quarto.
Já sozinhos, sem a vigilância dos adultos, as crianças reunidas, pareciam deliberar e com muita propriedade.
— Estou triste, pois teremos que deixar o nosso lar e a nossa única família.
Lamentou Duda, consternada.
— Não podemos deixar isso acontecer!
Retrucou o Pingo, de uma forma destemida.
— Mas o que poderemos fazer? Somos apenas crianças...
Observou Duda enquanto indagava.
Pingo cochichou no ouvido da Pam, e esta no dele, então ele interrompe sorrindo.
—Temos um plano! Precisamos nos unir.
Afirmou ainda o garoto, com a convicção de quem bem sabia o que fazer.
E este contou aos demais o plano que com a Pam ele tinha arquitetado.
— Vamos contar a cada criança do bairro, explicar a situação e pedir que se unam a nós.
— E ainda que multipliquem o gesto, repassando para os seus amigos.
Completou sabiamente a Pam.
Todos aprovaram a idéia, mas como fariam isto se eles não podiam deixar o orfanato sem a supervisão de um adulto, mesmo que temporariamente?
Foi aí, que o, num lampejo inusitado de inteligência, Leno, teve uma brilhante idéia.
— Eu distraio a Diretora com as minhas perguntas absurdas e vocês vão e fazem o que tiver que ser feito.
Assim, todos fizeram como combinado e antes mesmo do fim da tarde a frente do orfanato estava tomada de pessoas, tinha repórteres, curiosos, religiosos, representantes de entidades de defesa da criança e até autoridades, que misturados aos manifestantes, apoiavam a permanência do orfanato. O estardalhaço foi tão grande em cima do fato, que virou assunto nacional.
Naquele mesmo dia a prefeitura foi proibida de concretizar a venda, o orfanato passou a ser patrimônio da cidade e foi reformado, passando a atender mais crianças e recebendo incentivos público e privado.
Aquele sim foi um dia de festa no orfanato, e mesmo tendo fugido e desobedecido às regras do orfanato, depois do lindo gesto de bravura, nenhuma das crianças foram punidas, muito pelo contrário, foram tratadas como verdadeiros heróis.
O seu nome é Valentim, mas todos podiam chamá-lo de “Pingo”, nome pelo qual ele próprio preferia de ser chamado. Pingo vivia num orfanato, onde, aliás, também viviam seus amigos: o confuso “Leno”, a inteligente “Pam” e a valente “Duda”, sob a direção da bondosa “Senhora. Conceição”, ou Dona Marta, como as crianças a conheciam.
Era cedo, umas 8:30 da manhã, quando num golpe certeiro, informou Dona Marta:
— Crianças, teremos que fechar o orfanato!
A péssima notícia, naquele instante fora uma bomba, causando espanto em todos ali presentes.
— Como assim?
Interrogou Duda, não conseguindo esconder a tristeza que lhe abatera.
O que houve Dona Marta?
Completou Pingo, com um ar de quem diz, “pode contar comigo”.
Dona Marta de cabeça baixa responde:
— Crianças, esta é uma notícia desagradável, da qual eu não queria ter sido a portadora, contudo eu não poderia omitir de vocês. Este terreno pertencia à prefeitura, mas ontem à tarde o prefeito me ligou, dizendo que em nome do progresso, a prefeitura estaria negociando a venda do terreno com alguns capitalistas que pretendem construir um shopping Center.
— E nós, vamos morar lá?
Indagou Leno na sua túrbida inocência.
Com uma sabedoria quase adulta de uma garota de 11 anos, explica então a pequena Pam.
— Infelizmente não. Lamento muito ter que desapontá-lo Leno, mas isso implica no nosso despejo. Seremos desabrigados!
— Isso mesmo.
Ratificou Dona Marta, fitando aqueles olhinhos desapontados. Logo depois as crianças dirigiram-se ao quarto.
Já sozinhos, sem a vigilância dos adultos, as crianças reunidas, pareciam deliberar e com muita propriedade.
— Estou triste, pois teremos que deixar o nosso lar e a nossa única família.
Lamentou Duda, consternada.
— Não podemos deixar isso acontecer!
Retrucou o Pingo, de uma forma destemida.
— Mas o que poderemos fazer? Somos apenas crianças...
Observou Duda enquanto indagava.
Pingo cochichou no ouvido da Pam, e esta no dele, então ele interrompe sorrindo.
—Temos um plano! Precisamos nos unir.
Afirmou ainda o garoto, com a convicção de quem bem sabia o que fazer.
E este contou aos demais o plano que com a Pam ele tinha arquitetado.
— Vamos contar a cada criança do bairro, explicar a situação e pedir que se unam a nós.
— E ainda que multipliquem o gesto, repassando para os seus amigos.
Completou sabiamente a Pam.
Todos aprovaram a idéia, mas como fariam isto se eles não podiam deixar o orfanato sem a supervisão de um adulto, mesmo que temporariamente?
Foi aí, que o, num lampejo inusitado de inteligência, Leno, teve uma brilhante idéia.
— Eu distraio a Diretora com as minhas perguntas absurdas e vocês vão e fazem o que tiver que ser feito.
Assim, todos fizeram como combinado e antes mesmo do fim da tarde a frente do orfanato estava tomada de pessoas, tinha repórteres, curiosos, religiosos, representantes de entidades de defesa da criança e até autoridades, que misturados aos manifestantes, apoiavam a permanência do orfanato. O estardalhaço foi tão grande em cima do fato, que virou assunto nacional.
Naquele mesmo dia a prefeitura foi proibida de concretizar a venda, o orfanato passou a ser patrimônio da cidade e foi reformado, passando a atender mais crianças e recebendo incentivos público e privado.
Aquele sim foi um dia de festa no orfanato, e mesmo tendo fugido e desobedecido às regras do orfanato, depois do lindo gesto de bravura, nenhuma das crianças foram punidas, muito pelo contrário, foram tratadas como verdadeiros heróis.