MINHA HISTÓRIA (capítulo XVI)

Na época apareceu no restaurante um barmam que veio ensinar os empregados a preparar drinks. Eu entrei nesse aprendizado e comecei a tomar conhecimento sobre como servir bebidas. O senhor Dadá (dono do restaurante) observando o resultado do meu trabalho, como barmam, passou-me para o turno da noite. O tempo tinha passado muito rápido e eu, agora, estava com dezesseis anos. Mesmo sendo menor de idade e trabalhando à noite, eu ficava no balcão preparando drinks pra os garçons servirem.

Gorete que me ajudava nos afazeres de casa, também tinha arrumado um namorado (sujeito também morador da favela). Agora, de certo modo, todos os meus irmãos e irmãs estavam metidos com o mundo das drogas e afins. Só estávamos fora eu e minha mãe.

A mãe estava cada vez mais doente. Além da pressão e da diabetes sentia muitas dores que não conseguia identificar. Vivia mais no hospital do que em casa. Minha irmã Amélia tinha dado a luz a um menino e o marido, Gérson, continuava preso. Ela, por ser procurada pela justiça, continuava escondida onde começou a trabalhar no tráfico, pois o dinheiro dos assaltos que ela praticou já tinha terminado. Ela não podia ir ao presídio visitar o pai do seu filho. Quem dava notícias de um para o outro era o advogado Dr. Tavares.

Zé do Bode e Laércio eram, agora, os donos da favela nas vendas de drogas e outros delitos mais. Violentos ao extremo travavam verdadeira guerra com a polícia e outras quadrilhas rivais.

Eu continuava a trabalhar no restaurante e cuidava da mãe e da casa. Meu único vício era o cigarro (vício este que, também, não agradava a minha mãe). Meus outros dois irmãos (João e Antônio) continuavam se embriagando cada vez mais e já não vinham para casa. Estavam sempre de porre, porém, não tinham enveredado para o mundo do crime como os demais.

(continua)

Di Assis
Enviado por Di Assis em 28/07/2010
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