Maquina do Tempo 5

Esse meu amigo de escola; éramos muito unidos, puxávamos os sutiens das meninas e víamos os peitinhos ficarem durinhos, era um tesão. Um dia puxei com tanta força que soltou, tentei fechar, mas ela não deixou, que pena!

Enquanto isso o meu outro eu continuava também a estudar e a se aperfeiçoar no karatê. Não tenho muito que contar (por enquanto), desse meu outro eu, mas chegaremos lá

Mudamos-nos outra vez, desta vez onde moro até hoje.

A primeira pessoa que vi foi uma professora minha que tinha me ensinado da 5ª a 7ª série, foi uma festa: - mamãe, minha professora.

- Tudo bom professora.

- Tudo bom.

- Vai morar aqui também?

- Sim

- Vai ser bom.

Pelo que me lembro quando comecei a estudar com essa professora ela tinha se casado, no outro ano teve um filho, no outro teve outro filho, e no outro também teve outro filho.

Cheguei a ver nascer os dois últimos filhos dessa professora, pois foi o tempo em que ela veio morar vizinho a nós.

Dai conheci a família dos oito, eram oito irmãos, onde nos reuníamos na casa deles para passarmos a noite conversando e se divertindo.

Íamos à praia, fazíamos festinhas.

Tinha também outra família grande, nos reuníamos, era pivete que não acabava mais.

Nos oito eram seis homens e duas mulheres, me apaixonei por uma delas, ainda chequei a beijá-la, o beijo mais doce que já ganhei na vida, mas não era a mim que ela queria e sim a meu irmão.

Fui crescendo, já tinha uns quinze anos, foi aí que fiz duas tatuagens, uma em cada braço, pois toda turma tinha feito também e achava bonito; comecei a fumar, beber e deixei o cabelo crescer (como na música).

Conheci faraó, figura brilhante, desenrolada, ativa. Nos reuníamos sempre na casa dele para ouvir rock. Me lembro que logo que o conheci eu só sabia do Kiss e do Queen e eram exatamente os que ele mais detestava, pois não os consideravam como sendo grupo de rock. Passei uma noite inteira falando desses dois grupos, e ele já de saco cheio me mandou parar, pois não gostava desses dois grupos. Então me mostrou diversos grupos bons: Ozzy Osbourne, Deep Purple, Slade, Supertramp, Jimy Hendrix, Janis Joplin, e juntos passamos a curtir rock e a fumar maconha também, nos finais de semana nos reuníamos e íamos fumar. Um dia me mandaram preparar um cigarro, olhem, foi aquele drama, nunca tinha feito um cigarro na vida, puta merda! Mais tremia, pois a tal de marijuana começava a me atacar os nervos, uma das causas que me levaram a esquizofrenia.

Saía, via muitas luzes, barulhos, coisas se mexendo, era uma verdadeira loucura a tal da maconha, parei e me afastei durante quatro anos.

Durante esses quatro anos fiquei praticando musculação e comecei a trabalhar.

Faz 19 anos.

Tragédia – 23 de abril de 1987, morre minha irmã mais nova, Rochany. Enlouqueço, nada mais sei, tomo remédios e mais remédios, a esquizofrenia chega com toda sua força, tenho alucinações, ouço vozes, se assisto televisão não me agüento pois as imagens se transformam em demônios, ouço vozes estranhas no rádio, não consigo em nada me concentrar; é o começo da esquizofrenia.

Com essa esquizofrenia aparece o meu outro eu. Lutando, defendendo as pessoas necessitadas, me lembro de um caso que eu tive na mente:

Um estupro.

- Ei menina, - Vem cá.

- Não.

-Vem!

- Socorro!

Aí apareço, dando tapas, murros, chutes, e pego o cara de peito, arranco os troços dele e o faço engolir, filho da puta coma essa merda!

Meu outro eu começa a parecer, ele existe aos milhares, aparece em qualquer lugar a qualquer hora, defendendo, dando uma de justiceiro.

É preso, não que fosse fácil prendê-lo, mas ele deixa-se.

Governador, Prefeito, todos o dão apoio e ele começa a trabalhar para o governo, como agente.

Defensor sério da lei parte para prisões e defesas de pessoas necessitadas, pois ele é Advogado, se formando nos Estados Unidos.

Eu existente.

Continuo com a minha esquizofrenia aos vinte e cinco anos tenho uma crise, aos vinte e oito anos outra, e aos vinte e nove anos, idade que tenho agora, tenho outra. Não vou nem falar que não vale a pena, pois eu não consigo falar dessa maldita doença, e quando falo, é como piada para ver se me esqueço.

Sim, quase que me esquecia, tenho uma sobrinha de três anos, Giulia, a coisa mais fofa do mundo, estrela que brilha de dia, o encontro do sol com a lua, poeira em alto mar, de tão danada que é. Te amo Giulia.

Voltando a falar no meu outro eu, hoje na minha mente ele é assessor do Presidente.

E eu:

Camelô, vendendo pastel na praça.

Máquina no Tempo:

O tempo de uma vida.

A máquina, na cabeça.