A última chamada.

Silvia, uma estudante de jornalismo, linda, sexy e atraente, mas com um gênio azedo. Ela desenvolveu a arte de manipular as pessoas, tinha seu pai nas palmas de suas mãos e o pobre do Paulo a seus pés. Aluna criativa e inteligente, trabalhava num jornal como estagiária e jogava seu charme em todos os homens que ocupavam cargo importante.

Paulo trabalhava num banco e cursava administração á noite, sobrava pouco tempo para os estudos e para a descontrolada de sua namorada Silvia.

As vezes ela ia de surpresa até a universidade que Paulo estudava para fazer cena, pois ele sempre estava com amigos e amigas conversando.

Rapaz paciente e controlado, ouvia absurdos da boca de Silvia quando ela o pegava olhando para algum lugar que tivesse uma garota bonita.

- Não fique assim meu amor. Só tenho olhos para você.

Mas ela adorava superar sua própria marca, nunca passava uma semana sem discutir ou cobrar mais atenção de Paulo. Muitas vezes ela o obrigava a faltar na universidade para irem dançar a noite. Todos faziam tudo o que ela queria, ela nunca estava satisfeita. Quanto mais tinha mais queria. Maltratava os empregados, discutia no transito e não tinha papas na lingua, falava e abusava de seu vocabulario chulo. Quando bebia um pouco mais, aí que adorava chamar a atenção.

Com 22 anos de idade já havia sofrido seis cirurgias plásticas e não estava satisfeita, procurava algo que não agradava para fazer a proxima. Como Paulo a aguentava? Quem realmente era Paulo? Um rapaz sem boca pra nada, sem opinião, nem gosto próprio.

Após saírem de uma festa de aniversario, Silvia brigou com Paulo e ele num ato de demonstrar insatisfãção por aquele namoro, saiu do carro de Silvia e foi para casa de ônibus. Dois pontos á frente de onde subiu ele decidiu descer e ligar para sua querida e amada Silvia. Pegou o celular, respirou fundo e ligou para ela para pedir desculpas. Quando ela atendeu, ele ouviu do outro lado um barulho muito forte. Ela perdeu o controle do carro ao atender o celular, estava alcoolizada e morreu na hora. Paulo, nunca mais ouvirá a voz, os gritos e os xingos de Silvia.