Moedas
Moedas
Quando eu ainda criança, la pelos anos 50, tínhamos um vizinho, de nome Cajo (seu Cajo), ele vendia salames salsichas, vina, queijo, charque e toda espécie de embutidos, feitos de carne de bovinos e de carne de porco, tinha uma camionete tipo furgão, que saia lotada de produtos para vender.
Ele percorria todos os bairros próximos e alguns municípios, como Colombo, Quatro Barras, estrada da Ribeira, ele tinha uma vasta freguesia.
De vez em quando nos finais de semana ele e seus amigos saiam para, caçar, as vezes para pescar, as vezes somente para pegar rã, na estrada do encanamento que liga Curitiba com o município de Piraqüára.
Naquela época era livre as caçadas de passarinhos.
Nos finais de semana eles iam para essas caçadas, onde armavam acampamento, tinham todos os apetrechos necessários, barracas, colchões, lonas, espetos para o churrasco, cordas, panelas, lanternas.
Saiam com o farnel completo, me abre até o apetite de lembrar das guloseimas que levavam e preparavam.
A minha expectativa era da volta, eu sabia que na tardinha de domingo eles voltavam e ali na frente da casa deles descarregavam todas aquelas traias, eu via o resultado das caçadas, as vezes da pescarias, era aquela quantidade enorme de sabiás, nambus, pombas, perdizes ou peixes enormes como traíras e bagre.
O seu Caju depois de despachar todos os amigos fazia a limpeza da camionete, que ele forrava com bastante capim para evitar sujar de barro, e jogava aquele capim ao lado de sua casa, a minha meta sempre estava fixada ali onde ele jogava os restos de capim, era exatamente ali que eu ia fuçar.
eu encontrava o que eu procurava, as moedas que naturalmente caiam dos bolsos dos caçadores e eram jogadas junto com o capim que forrava a caminhonete, chegava a encontrar duas ou três moedas que somavam dois a três cruzeiros.
Era dinheiro que não acabava mais, eu corria para o armazém e comprava tudo em capilé e doces.
JCS 2010