Se faz presente
Nem sei se ainda faz sentido
Ou se ainda tem algum gosto
Mais a solidão aflora enormes saudades
De um tempo que deveria ter sido
De um futuro do pretérito, resolvido.
Estagnado. Ocorrido. Acabado.
Os eternos "se", ainda vagam.
Na tela gélida do computador.
Onde se cumprimenta, mais não se diz alo.
Na complexidade da minha monotonia.
Ou da própria monogamia.
Cansei da propriedade, das minúcias
Das maldades, do encalço.
Até mesmo do cheiro.
De ter expectativas e mágoas.
Beijos e amuados, suados, secos.
Do corpo a eira, a beira do caos.
Sozinha, entre pensamentos:
Que interceptam meu sono.
E prejudicam minha noite.
Me fazem ter vontades
Inexistentes no mundo real.
Me fazem voar para onde o
futuro do pretérito se faz presente.