ESBOÇO DE CONTO SOBRE UM HOMEM FELIZ
Hoje conversei com um homem feliz. Só que foi estranho. A felicidade dele tinha tanta explicação, tanta lógica, tantos caminhos que chegou um ponto da conversa em que fiquei atordoado... Seus olhos quase não olhavam os meus e às vezes parecia que ele estava falando com ele mesmo. Não sei até que ponto me entreguei àquela conversa, mas, confesso, houve um momento em que me senti tão bem como se uma nova esperança chegasse ao meu coração dizendo: pode haver felicidade no mundo!
Todavia certos intervalos da conversa, em certos silêncios, a realidade se tomava da mais estranha atmosfera. Nos silêncios, nos intervalos, até meu sorriso era forçado parece que eu queria demonstrar àquele homem que estava entendendo. E mais: que eu estava admirando suas palavras e sua felicidade! Houve um momento em que ele não se conteve, virou o rosto para mim, agora me olhando, e perguntou: você acredita em quê? Juro que,embora contente por ele ter me olhado nos olhos, fiquei com medo porque talvez a minha resposta fosse o monstro do qual esse homem fugia. Tremi, hesitei, mas respondi que acredito em qualquer coisa desde que me sinta bem. E continuei, dizendo: por favor não me cobre uma crença definida, pois a única coisa que caracteriza uma crença é o ato de crer. E isso, quanto mais verdadeiro, menos se define. A crença é muito maior que uma explicação.
E o homem foi embora zangado, achando que eu quis dizer que ele falava muito, mas na verdade eu achava é que ele acreditava pouco.
Hoje conversei com um homem feliz. Só que foi estranho. A felicidade dele tinha tanta explicação, tanta lógica, tantos caminhos que chegou um ponto da conversa em que fiquei atordoado... Seus olhos quase não olhavam os meus e às vezes parecia que ele estava falando com ele mesmo. Não sei até que ponto me entreguei àquela conversa, mas, confesso, houve um momento em que me senti tão bem como se uma nova esperança chegasse ao meu coração dizendo: pode haver felicidade no mundo!
Todavia certos intervalos da conversa, em certos silêncios, a realidade se tomava da mais estranha atmosfera. Nos silêncios, nos intervalos, até meu sorriso era forçado parece que eu queria demonstrar àquele homem que estava entendendo. E mais: que eu estava admirando suas palavras e sua felicidade! Houve um momento em que ele não se conteve, virou o rosto para mim, agora me olhando, e perguntou: você acredita em quê? Juro que,embora contente por ele ter me olhado nos olhos, fiquei com medo porque talvez a minha resposta fosse o monstro do qual esse homem fugia. Tremi, hesitei, mas respondi que acredito em qualquer coisa desde que me sinta bem. E continuei, dizendo: por favor não me cobre uma crença definida, pois a única coisa que caracteriza uma crença é o ato de crer. E isso, quanto mais verdadeiro, menos se define. A crença é muito maior que uma explicação.
E o homem foi embora zangado, achando que eu quis dizer que ele falava muito, mas na verdade eu achava é que ele acreditava pouco.