A morte é o que nos há de comum

Daniel e Raquel formavam um casal formavam um casal complicado, viviam as brigas, términos e reconciliações. Os amigos já estavam acostumados com isso, sabiam que eles se amavam e não saberiam viver um sem o outro.

Certo dia Raquel chegou cabisbaixa a casa de Daniel. Ele percebeu e perguntou qual o motivo da tristeza, ela não titubeou e respondeu:

- Estou grávida!

Daniel entrou em desespero, Raquel percebeu e ficou mais triste ainda. Decidiram tirar, mais por pressão de Daniel do que por vontade de Raquel. Bem se sabe que Raquel era muito mais mulher do que Daniel era homem.

Foram a uma clínica clandestina, só a visão já assustou aos dois, mas Daniel não demonstrou. Chegaram e aguardaram a vez de Raquel. Chegou.

Raquel entrou no quarto, minutos depois houve uma correria, Daniel se assustou. Ele já em desespero, quando o médico lhe informa que Raquel morreu. Ele não queria acreditar, mas o médico foi claro.

Daniel saiu correndo da clínica num misto de remorso, vergonha e aflição. Num ato impensado, ele se atira no primeiro viaduto que encontra.

No mesmo dia, todos sabem do ocorrido e da causa daquelas duas, aliás, três mortes. E se fez a grande ironia, tão desunidos enquanto vida, só a morte os uniu. Daniel e Raquel. Pai, mãe e... filho. Uma família perfeita, se não fosse a morte. A morte.

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