MINHA HISTÓRIA (capítulo VIII)

Grande confusão se formou em torno do mesmo.

A polícia foi acionada mas nessa altura meu irmão havia fugido para bem longe dali. Eles estiveram no sítio à procura do assassino que tinha arrumado dinheiro emprestado e tinha fugido para São Paulo (capital) onde tínhamos uns primos moradores em uma favela perto do CEASA onde trabalhavam fazendo carreto à noite.

Meu irmão enturmou-se com esses primos e também foi trabalhar na carga e descarga do CEASA. Ele não só perdeu o vício da bebida, aliás, todos os primos também eram viciados. No sítio os negócios não iam lá muito bem. Ora por causa de uma grande estiagem em curso ou pelas atitudes de meu pai e meus irmãos beberrões.

Toda a semana tinha novidades sempre ruins. O sr. Antônio (dono do sítio) já não estava mais aguentando os tres marmanjos que só arrumavam confusão, uma após a outra. A comida em casa continuava escassa como sempre.

Minha mãe e nós ,que éramos os menores, é que sofríamos pois os tres cachaceiros só pensavam em beber. O irmão que estava na cidade de São Paulo mandava notícias sempre dizendo que lá se ganhava muito dinheiro e que a família deveria mudar-se para lá.

Meu pai e meus irmãos ficaram entusiamados com tal idéia. Somente minha mãe tinha receio pois havia tres moças (todas jovens) além de tres garotos criados no mato sem nunca ter conhecido uma cidade grande.

Mas a pressão foi tanta, aliada à vontade do dono do sítio, para que deixássemos o local o mais breve possível. Ele, inclusive, se prontificou em pagar a mudança até a Capital do Estado e assim fomos nós rumo ao desconhecido.

Chegando em São Paulo, o local era uma favela com muita casas de madeira. A entrada era uma viela estreita. Meu irmão que já era morador local, juntamente com os nossos primos já nos aguardavam.

A casa era um barraco muito úmido pois era vizinho de um valão mau cheiroso onde passava todo o esgoto da comunidade. (continua)

Di Assis
Enviado por Di Assis em 14/07/2010
Código do texto: T2377872
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