MINHA HISTÓRIA (capítulo VII)

Na volta ao sítio minha mãe com a triste notícia falou: e agora? para onde vamos?

- Não temos como levar nada a não ser nossas coisas pessoais. Sem dinheiro, ir para onde?

Cada um deu uma idéia mas nada foi concreto. Senhor Jorge, que a tudo ouvia, manifestou-se e disse o seguinte: tenho um primo , de nome Antônio, que tem um pequeno sítio e precisa de alguém que leve em frente o mesmo e tudo o que produzir será dividido em partes iguais.

- Está bom, disse minha mãe tomando à frente nesta decisão.

- Ótimo falou senhor Jorge. Vamos agora mesmo falar com meu primo Antônio e rumaram na direção do tal sítio. Ao chegarem adiantaram o assunto. Antônio concordou mas fez uma exigência. Não admito bebidas alcoólicas aqui na minha propriedade.

Meu pai aceitou de imediato sob o olhar exigente da minha mãe. Ficou tudo acertado.

Na mesma hora foram buscar minhas irmãs para darem uma limpeza na nova casa. Os homens ficaram incumbidos da mudança.

No dia seguinte já estávamos no sítio pois tinha muito trabalho: conserto de cerca, roçar o mato que estava alto no pasto, enfim, todos nós nos empenhamos na tarefa.

Meu pai e meus irmãos estavam cabisbaixos, quietos por não poderem beber nada, nem antes do almoço como era de praxe e assim passou-se a primeira semana. Chegou o Sábado e os quatro, como sempre faziam, rumaram para a cidade mesmo não tendo nada para vender. Estavam ali só por causa da "bendita" cachaça!

Ao chegarem, mesmo sem dinheiro, encontraram os "amigos de copo" e foram entornando, ora ofertada ou pendurada no fiado.

À tarde, os quatro já estavam totalmente embriagados. Meu irmão (o que era mais encrenqueiro) começou uma discussão com outro indivíduo que também estava alcoolizado. A briga foi feia e meu irmão que era mais forte que o oponente empurrou-o com muita força. O sujeito caiu na calçada, bateu com a cabeça e desmaiou. Chamaram o socorro. Quando a ambulância chegou o médico constatou que o elemento estava morto!

(continua)