MINHA HISTÓRIA (capítulo VI)

Chegou Segunda-feira e os quatro com uma tremenda ressaca. Não tinham nenhuma noção do que havia acontecido no dia anterior pois tinham bebido muito. Por volta das 11h chegou um advogado da cidade para comunicar a meu pai que ele tinha três dias para se mudar. Por que, indagou meu pai? Minha mãe estava ao lado dele.

- O advogado disse: porque o novo dono vai ocupar o sítio!

-Que novo dono? (quiseram saber todos em uma só voz).

-Ora, essa assinatura aqui não é do senhor,? perguntou o Doutor.

-Sim respondeu meu pai, mas era apenas referente ao empréstimo que ele me deu.

Não respondeu o advogado. Isso é uma promessa de compra e venda do qual o senhor já recebeu todo o dinheiro e a mesma se encontra registrada no cartório local.

Aquilo foi um balde de água gelada em todo o mundo!

Minha mãe e minhas irmãs choravam copiosamente, meus irmãos queriam brigar com o advogado. Foi aquela confusão. E o homem foi embora esbravejando. Em casa, um olhava para o outro sem saber o que dizer. Minha mãe mais ponderada falou: vou na cidade para saber o que está realmente acontecendo. Fui na casa do meu padrinho, a mando da minha mãe, chamá-lo com certa urgência e que fosse de charrete pois ela necessitava que ele a levasse até a cidade pois eram 15km. Jorge, esse era o nome do meu padrinho, veio prontamente e se inteirou do acontecido. Disse ele a minha mãe que a levaria como também contrataria o irmão dele que também era advogado para dar um acessoramento para o caso. Minha mãe colocou a melhor roupa que tinha e rumaram para a cidade. Chegando lá Seu Jorge passou o caso para o meu irmão que imediatamente rumou ao escritório do colega de profissão para saber de fato o que havia acontecido. Não demorou muito e veio com a resposta: meu pai havia vendido o sítio e nem sabia devido o estado de embriagues em que se encontrava. Disse ele: não tem jeito. Vocês vão ter que desocupar o sítio.

(continua)