Algumas Coisas Que Assustam os Homens - Parte 4
Quando Briana Banks Vira Sandy
Eu não sou lá muito fã da felação. Raras vezes alguma mulher conseguia me empolgar somente com essa atividade. Uma mulher mais velha do meu trabalho duvidou disso. Duvidou tanto que falou que iria subverter essa minha frigidez. Prometeu me deixar louco, "louquinho da Silva", essas eram suas palavras, usando o sobrenome mais tupiniquim de todos pra deixar superlativa sua afirmação. Entramos num motelzinho mais ou menos com quarto com espelho no teto e eu tava ansioso, preparado pra me surpreender, encontrar o Nirvana felativo que os outros homens tanto falavam e ela era só mais uma boca, só mais uma língua, só mais uma babada, só mais um ritmo desconexo, mais um par de mãos inertes e nada do que ela havia me prometido foi cumprido. Não sei, sou meio osso duro de roer quando o assunto é esse. Não é fácil me agradar. Mesmo, por incrível que pareça. Mas é bem fácil me desagradar prometendo mundos e fundos em uma área que eu tanto prezo e sou observador dos detalhes sem o devido cumprimento das promessas. Dei um pé nela, que espalhou no departamento os meus atributos e logo eu me vi com outra companheira de trabalho naquele mesmo motel mais ou menos. Essa tinha fama de ser uma devassa na cama. Um dia antes do que antecedeu nossos finalmentes ela me arrastou pra escada de emergência e mostrou que sabia do que estava falando. Sabia pegar, sabia arranhar, sabia provocar, sabia deixar um cara louco. Louco da Silva. Quando finalmente ficamos sem roupa no motel – ela ficou dois quartos de hora protelando a retirada da roupa com perguntas idiotas – eu quis ir embora quando vi aquela farta penugem negra. Eu gostava de delta aveludado. Somente aveludado, não com sarárás-crioulo proeminentemente gritantes e gigantescos. Ninguém merece pêlos pubianos. Em contraponto com a minha ausência de sensibilidade no que se refere a felação, eu urgia e tremia de prazer com a cunilíngua, mas não quando me deparava com uma floresta negra de pentelhos. Se espelhar na Playboy da Vera Fischer não era uma boa. Broxei, no sentido literal da palavra e esse broxamento encerrou minha carreira sexual com as minhas companheiras de trabalho. Mentira, ainda teve uma outra que vendia Avon, trufas, lanches e sei lá mais o quê. E vendia lingeries e uns artigos mais picantes, como por exemplo, um cartãozinho de raspa-raspa com oito quadrados cinzentos para raspar. Era o tal do Love Card, criado para não deixar os casais caírem na mesmice das posições e pra dar uma aquecida no relacionamento. Comprei uma meia dúzia desses cartões e perguntei se ela fazia o test-drive dos produtos que vendia – um trocadilho/cantada podre, admito, mas funcionou e lá estávamos nós no mesmo motel de sempre, com a mesma recepcionista de sempre me olhando com a mesma cara de sempre. Então aconteceu da vendedora de perfumes não ser nada perfumada e das oito posições que estavam impressas em cada Love Card, ela só topou fazer duas. Tédio. Fui demitido uma semana depois.