MINHA HISTÓRIA (capítulo V)

No sábado foram os quatro para a cidade. Já não havia quase nada para vender mas a falta de alimentos era muita e até as nossas roupas não tinham mais como remendá-las tal estado em que se encontravam. Os quatro, na cidade, queriam beber mas não tinham como pagar.Nem crédito havia pois meu pai já tinha fechado em todos os bares da localidade. Foi aí que apareceu um homem bastante esperto. Era um corretor de imóveis chamado Ademir que sabendo da situação da família fez uma oferta para a compra do sítio de nossa propriedade. Aguçou o desejo de meu pai de ter dinheiro o mais rápido possível e depois, pensou, poderia comprar outra terra em outro lugar. Ademir levou-os para um bar onde mandou servir bebida e comida à vontade. Tudo o que os quatro queriam! Um dizia para o outro: - que sorte a nossa aparecer um cara tão legal e assim se fartaram. Já tarde da noite, com os quatro, completamente embriagados, Ademir ofereceu uma quantia em dinheiro para meu pai e fez ele assinar um papel que seria do dinheiro que estava sendo ofertado naquela hora. Os quatro saíram dali, bêbados, mas contentes e comentaram: bebemos e ainda estamos com dinheiro para fazer as compras logo mais. Assim foi feito. Foram para a praça central para esperar amanhecer onde cochilaram. Quando o dia clareou dirigiram-se ao armazém onde compraram tudo o que precisavam para a casa e retornaram alegres e levando, também, dois garrafões de cachaça. Chegando ao lar foi aquela comemoração pois há muito tempo não se via tanta fartura na mesa. Minha mãe foi a única que não comemorou pois achava que tinha algo estranho nesta história. Mas para os quatro a festa havia apenas começado. Tinham os garrafões de cachaça para entornarem naquele Domingo!

Naquela noite, minha mãe não conseguiu dormir. Os quatro roncavam embriagados.

(continua)

Di Assis
Enviado por Di Assis em 11/07/2010
Código do texto: T2370957
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