MINHA HISTÓRIA (capítulo IV )

O tempo foi passando e meu pai continuava o mesmo. Todo o Sábado era aquela bebedeira. Só que sem confusão pois ele era mais calmo. Agora ele comprava um garrafão de cachaça e trazia para casa passando a semana toda bebericando o que antes não fazia. Esta mania foi aumentando muito com o tempo e já não conseguia mais ficar sem a bebida. As discussões eram cada vez mais frequentes e a fome também aumentava. Tinha dias que não havia nada para comer pois já não havia mais plantação.

Somente a nossa horta era mantida. Até as pequenas criações que tínhamos foram comidas e só nos restava os peixes (quando pescávamos) e o fubá que o dono do moinho nos cedia. Minha irmã mais velha foi , trabalhar em um sítio não muito distante. Eram de uma família suíça, diga-se de passagem, muito mesquinhos e minha irmã estava passando um mal bocado neste lugar, trabalhando como se fosse um homem. Ela reclamava e chorava toda a noite quando voltava para casa. Minha mãe chorava junto com ela mas não havia outro jeito pois era uma boca a menos para comer e tinha um pouco a mais de dinheiro para o sustento do lar. Após três meses no corte de cana, meus irmãos retornaram sem dinheiro e muito mais adeptos a bebida. O que já era ruim com um só bebendo, ficou pior com quatro! A situação estava fora de controle e não tínhamos esperanças de dias melhores.

Di Assis

04/01/2010

Di Assis
Enviado por Di Assis em 10/07/2010
Código do texto: T2369226
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