MINHA HISTÓRIA (capítulo I)

Eu era o nono filho de uma família muito pobre. Meus pais eram lavradores e morávamos no interior do Estado de São Paulo onde meu pai havia herdado um pequeno pedaço de terra.

Trabalhava toda a família plantando e criando pequenos animais neste pequenino sítio.

Meus irmãos eram: seis homens e três mulheres. O trabalho de todos era árduo e rendia muito pouco dividendo. Assim, a comida e as outras coisas de necessidade eram poucas. Além destas dificuldades meu pai e meus três irmãos mais velhos tinham o hábito de ingerir bebida alcoólica. Meu pai todos os sábados ia na pequena cidade distante 15 km de onde nós morávamos levando as poucas mercadorias que tínhamos para vender: um pouco de mandioca (aipim), algumas abóboras, espigas de milho e sempre um pouco de ovos que minha mãe escondia porque senão éramos capazes de comer tudo porque a fome era muita!

Nesta época eu tinha oito anos de idade. Não ia a escola porque não tinha dinheiro para comprar cadernos, lápis e nem mesmo um chinelo para por nos pés. Nossa professora era a nossa própria mãe que tinha aprendido a ler e escrever com a nossa avó. O meu dia era assim: levantava muito cedo e apesar da pouca idade eu tinha a minha tarefa diária que consistia em dar milho para as galinhas, ajudar minhas irmãs na horta... Às Vezes eu precisava ir a um outro sítio próximo ao nosso buscar estrume de boi para servir de adubo para os canteiros. Outra tarefa era buscar água em um açude um pouco longe de casa onde eu e meus irmãos aproveitávamos para tomar banho, o que pouco adiantava. Ao voltarmos para casa pela estrada de terra e descalço dormíamos sempre com os pés sujos. Dessa maneira nós passávamos os dias da semana. Nossa casa não tinha energia elétrica e por esse motivo éramos obrigados a dormir muito cedo. Quando chegava o Sábado começava todo o martírio da família.

(continua)

Di Assis
Enviado por Di Assis em 07/07/2010
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