Indecisão

Estou sentada em um banquinho no balcão do Caffee’s, pensando em tudo o que eu tenho sentido atualmente. Quero dizer, não estou pensando naquele dia em que fui ao cinema com o meu amigo lindo e também não estou pensando naquele gatinho do msn. Estou pensando em como me sinto quando ele se aproxima, como adoro o modo como ele morde os lábios quando fica nervoso. Estou pensando no modo como ele se joga no banco do carro para dirigir, no timbre da sua voz ao dizer que me ama. Estou pensando em como ele se lambuza comendo chocolate, como ele fica vermelho quando entro no banheiro e o vejo tomando banho. Acho que não há nada que eu não ame nele. A maneira que ele lê um livro, o modo como ele mexe no cabelo quando fica sem saber o que falar, o sorriso disfarçado dele quando eu faço alguma bobeira. Creio que isso é amor, ou algo maior e mais forte. Senão amor, algo que não sei nomear. Acho que todos nós buscamos algo na vida. Buscamos realização profissional, realização pessoal e buscamos um amor. Durante toda a nossa vida, vamos realizando nossos sonhos até que nossa última realização seja viver em paz. Em minha vida, já adquiri muitas coisas, mas o meu bem maior foi o sentimento que brotou em meu peito. Mas às vezes me dá vontade de jogar tudo pro alto e sair sozinha, sem rumo. Sinto que estar com ele é a coisa certa, mas meu coração ainda quer experimentar outras coisas, outras sensações. E tem um garoto que conheço, super apaixonante. Ele tem um abraço tão aconchegante, um cheiro tão bom, uma risada tão fofa. E o modo como ele anda, o modo como ele fica à vontade sem camisa, o modo como ele pisca os olhos várias vezes quando fica sem graça. A verdade é que os dois são muito opostos. E eu adoro isso, porque percebo que não estou, aos poucos, me apaixonando por uma cópia do Thom. Só com um olhar discreto ele me incentiva a me apaixonar mais e mais. E é como um grande amigo meu me disse certa vez: Dizer que a gente não manda no coração é a mentira mais comodista que já inventaram. A gente manda sim! O Thom é bem como eu, quando gosta, se entrega de corpo e alma, mas quando é preciso deixa de gostar com a alma lavada de orgulho. E assim, a gente arrumou uma maneira de sofrer menos. E aos poucos vou deixando de gostar do Thom, para gostar mais do Pete. Não estou fazendo nada errado, nem enganado ninguém. Só não preciso contar para o Thom e nem para o Pete, porque posso simplesmente me desencantar com um dos dois a qualquer momento. O Thom sente que tem algo errado e até me questiona às vezes. Já disse que tem algo diferente mesmo, mas que ele não precisa se preocupar, porque quando for a hora certa contarei. Mas quando será a hora certa? Ah, acho que vai acabar ficando claro, mas não faço a menor ideia por enquanto. Engraçado, tinha tanta certeza de que eu amaria sempre e somente o Thom, que até me surpreendi com o Pete. E foi logo quando o vi, já me ocorreu um pensamento: É, acho que algumas coisas vão mudar daqui pra frente. E não é que mudou? Mudou muita coisa, mas nada muito perceptível. Até ter certeza de tudo, prefiro ficar nesse lenga-lenga amoroso. Quem sabe tudo não volta a ser como era? DUVIDO! Mas eu não quero é pagar pra ver. Olha quem acabou de entrar aqui e vem andando em minha direção com um playstation portátil nas mãos. É ele, é a minha confusão. Nossa, o jeito como o Pete me olhou agora foi único. Acho que me apaixonei de vez. Mas é melhor parar por aqui, acho que ele vai me cumprimentar!

Ju Druks
Enviado por Ju Druks em 10/06/2010
Reeditado em 19/01/2014
Código do texto: T2312318
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