O MEU "BIQUINHO" E AS NOSSAS "FOSSAS"

O MEU “BIQUINHO” E AS NOSSAS “FOSSAS”.

Nada melhor para curar uma “fossa” do que oferecer o ombro amigo

para o próprio filho e ajudá-lo sair primeiro da sua “fossa”.

Coração de mãe é assim: Terno, amigo e sempre pronto a tomar as

dores dos filhos para si.

Foi assim comigo.

Mas não dá pra esquecer aquela dor horrível e o perigo de ter perdido o meu

“biquinho” do seio, precisamente o esquerdo.

Eu sei. Não tem nada a ver a “fossa” do meu filho e a minha, com o “biquinho”

do meu seio esquerdo.

Mas sim, a minha mania de não desperdiçar nada!

Quando eu digo que sou meio atrapalhada, alguns não acreditam!

O que eu mais queria naquele momento, era ver um sorriso no rosto do meu filho.

Era sábado, dia de balada para ele e talvez de um churrasquinho em casa de

Amigos, para mim e meu marido, se estivéssemos vivendo nosso melhor momento.

Sorrindo eu me aproximei do meu filho:

-Re, que tal brindarmos nossas “fossas” com um champanhe que coloquei no freezer?

-Topo! Mas que seja mais à noite, pois sei que a senhora irá “deitar” depois de

Tomar uma taça.

Preparei alguns canapés, tomei um delicioso banho (momento que eu me encontro comigo)

Fiquei bonita, me vi bonita olhando no espelho!

Retirei as taças da cristaleira, coloquei um vaso com flores sobre a mesa

E no silêncio melancólico do campo em pleno sábado e inicio de noite...

Meu coração de mãe sabia que na verdade o que meu filho desejava era estar nos braços

Da sua amada, assim como eu.

-Meu filho, tudo pronto, vamos brindar as nossas desilusões e encharcá-las neste champanhe gelado.

Amanhã será um novo dia!

Prestativo, Reginaldo apanhou o champanhe, estourou e serviu as taças.

Até falamos relembrando fatos divertidos tentando confortar um ao outro.

Impossível esvaziar a garrafa!

Eu e minha mania anti-desperdício, resolvi tampar a garrafa usando a mesma tampa.

Naquele gargalo longo, eu coloquei toda a minha força pressionando a tampa para entrar,

mal posicionada, apertei, apertei tanto que a tampa se foi...

Catástrofe!

Desceu e prendeu um pequenino obstáculo que encontrou pela frente...

Eu gritava de dor!

E segurava a garrafa bem juntinha a mim!

Meu filho olhava-me assustado sem nada entender.

Tentou pegar a garrafa, mas eu virei o corpo rapidamente com medo que ele a tirasse de mim...

Eu não permitiria!

Pois levaria junto o meu “biquinho” que ficou preso a tampa.

Eu explico:

Morávamos no campo, e com a simplicidade do campo me vesti.

Uma regatinha bem a pedido do verão e sem sutiã...

Meu “biquinho” foi o único obstáculo que não serviu de obstáculo para que a tampa entrasse inteira!

Não.

Eu não perdi o “biquinho” felizmente!

Ficou preso por uma “linha”.

Mas perdi o restante do champanhe, que foi “desperdiçado” nos meus pés mediante o desespero do meu filho ao perceber o que tinha acontecido, quebrando o fundo da garrafa para que saísse o ar e meu “biquinho” se livrasse daquela terrível prisão!

Consegui arrancar um sorriso dos lábios do meu filho!

E aquele sorriso compensou a dor absurda que eu senti durante semanas.