A HISTÓRIA TRÁGICA DE MARCOS.( CONTO )

Homem trabalhador, nascido e criado na pequena cidade histórica de São Francisco, SC filho de pescadores uma família unida pela fé trabalho e humildade. Viviam numa casa pequena confortável e muito alegre. Marcos o filho mais novo sonhava alto, era um jovem disposto, trabalhador, tentava enfrentar tudo o que viesse sem medo, sem angustias queria ser alguém um vitorioso. Tudo o que ganhava era gasto com livros, estudos, cursos, melhorando seu perfil sua educação, seus talentos. Sua inteligência e suas eficiências logo começara a render frutos; a vida começava a melhorar; com firmeza e rudeza, punho de ferro foi conquistando um lugar ao sol. A arrogância começou a tomar conta do jovem que outrora era tão humilde um coração simples, amigos de todos; alegre extrovertido, sempre prestando seus serviços com atenção e dedicação a seus pais amigos e vizinhos. Não parecia o mesmo, seus olhos não tinha o brilho da amizade, do amor; estava cego com o coração vazio; o seu rosto resplandecia dureza, altivez e desprezo.

Seus pais ficavam tristes com o coração partido; sabia que seu filho havia vencido a pobreza, que se tornara um homem importante formado, doutorado e ganhava muito dinheiro... Mais por que a tristeza naquele olhar? Era o que ele sonhara a riqueza, uma vida confortável com luxo e tudo que o dinheiro podia comprar. Marcos não os visitavam já fazia muito tempo; mãe e pai choravam e rezavam sempre pedindo a Deus que abrisse o coração de seu filho, colocando ali a compreensão do amor. As noticias que recebiam quando ligavam para o escritório de seu filho era sempre a mesma; a secretaria com a frieza de costume respondia, está tudo bem seu filho é um homem muito ocupado, não tem tempo para pequenas coisas sem importâncias; era sempre isso; éramos pequenas coisas sem importâncias. Para a casa de Marcos nem pensar tentamos visitar varias vezes mais o porteiro sempre dizia ele não está, foi viajar ou senão está muito ocupado; telefonar também não adiantava; sempre se ouvia do outro lado o Sr. Marcos não se encontra, não tem tempo, ou outras coisas semelhares. Vimos sentimos que também nos desprezava.

O tempo passou e as noticias que vinham até nós eram por intermédio das pessoas, ou jornais, pois ele era sempre destaque nas paginas de homens e empresários bem sucedidos, todas as vezes que eram negociados montantes de dólares e capitais, lá estava na primeira pagina. Marcos sendo homenageado, marcos recebendo troféus, e honrarias.

Foi num domingo depois de voltarmos da igreja, quando passamos em frente a uma banca de jornal e revista, lá estava na primeira pagina Marcos esta noivo com a senhorita Eliane a sociedade toda esta em festa, congratulando o casal mais famoso de São Francisco.

Passaram-se dois anos e eles anunciaram o casamento que seria realizado na mansão de Marcos na ilha do mel. A alta sociedade da cidade estaria lá, menos seus pais, seus velhos amigos, e parentes.

O casamento se realizou, a maior noticia do ano, os jornais e revistas mostravam fotos, as redes de televisão o filme do casamento, era um glamour, uma festa extraordinária, elogios presentes, orquestra filarmônica e muito mais.

Logo ouvimos nos noticiários em todos os meios de comunicação que tínhamos um neto

O neto que não vimos nem sabíamos como ele era.

Tudo parecia correr normalmente, não podíamos prever nada, pois desconhecíamos os detalhes, sendo o nosso contato com Marcos tão vazio e distante de nossos corações.

Qual foi o nosso choque quando descobrimos que o nosso filho estava muito doente internado num hospital, desenganado dos médicos; diziam que lamentavam muito a doença do jovem empresário.

O nosso sofrimento aumentou ainda mais, antes o desprezo do nosso filho do que qualquer doença que acometesse o nosso garoto que tanto amávamos; era terrível saber que aquele menino alegre que vivia correndo na praia brincando com seus amiginhos se encontrava num hospital em fase terminal.

Graças a Deus tivemos o merecimento de uma visita ao nosso querido menino enfermo.

Talvez ele aceitasse o nosso carinho o nosso abraço, um pouquinho de amor; iríamos orar pedir a Deus a sua proteção, que ele pudesse ver a luz do amor, a benção de ter um pai uma mãe, irmãos e parentes que o amavam, e que o perdoavam pelo desprezo,

pela dor que ele causava a todos.

A emoção tomava conta de nossos corações, ao abrirmos a porta lá estava ele sozinho, somente uma enfermeira, nada de amigos, ninguém da alta sociedade, nem sua esposa.

Choramos ao ver aquele homem que antes parecia tão forte, e nada podia derrubar debelar sua autoridade; agora ali preso numa cama indefeso, carente sem força, impotente e desprezado.

Olhamos com emoção o rosto pálido de nosso filho, era comovente, choramos, sofremos não queríamos acreditar no que vimos.

A enfermeira nos chama tirando–nos do nosso choque de observação; ela chamou bem baixinho... Marcos, Marcos os seus pais...

Marcos foi abrindo os olhos com dificuldade, falando muito devagar: papai, mamãe, perdão, por favor; eu fiquei cego pelo dinheiro pela fama, fechei o meu coração para tudo o que eu amava, fiquei rico, mais fiquei pobre de coração de alma, agora estou pagando e compreendendo o mal que fiz a todos vocês, inclusive aos meus amigos que eu tanto os amava; falem a eles que me perdoem. Sei que será difícil para vocês; mais preciso para ter um pouco de paz o perdão de minha mãe e do meu pai.

Quando dizemos que perdoamos, que o amamos a mesma coisa como antes, e o entendíamos, dizemos a ele para também pedir perdão a Deus, que também Deus o entenderá que todos nós erramos.

Nesse momento nosso filho chorou, vimos nos seus olhos um brilho diferente, o seu rosto adquiriu, um rosado quase normal de uma pessoa com saúde.

Que bom que nosso filho teve essa oportunidade de se conciliar com Deus com nós e consigo mesmo. Foi um momento de paz, e vimos naquele rosto um pouquinho de felicidade. Nosso filho ainda disse procurem meu advogado: fiz um testamento deixando tudo para vocês e para o meu filho e minha esposa.

Dizendo isso Marcos pende a cabeça fecha os olhos pede nossa benção e morre com um leve e doce sorrisos nos lábios.

Marcos deixou-nos uma fortuna, a nossa parte preferimos em memória do nosso filho fazer caridade prestando serviços de acolhimento aos abandonados, aos doentes, aos necessitados e aos vitimados das drogas.

Hoje as casas de Marcos abrigam mais de mil e quinhentas pessoas distribuindo alimentos remédios, serviços médicos psicológicos, recuperando crianças e adultos.

Graças a Deus! Sabemos que tudo tem um motivo e agradecemos ao Marcos pelo bem, por um legado que deixou, e que talvez não imaginasse que serviria para ajudar tantas pessoas necessitadas.

Que Deus nosso pai continue abençoando, e com isso o nosso querido filho fique em paz.

Essa historia não é real, é ficção, se houver semelhança serão apenas coincidências.

Cláudio D. Borges.

poeta cláudio
Enviado por poeta cláudio em 01/06/2010
Reeditado em 21/10/2012
Código do texto: T2293807
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