Antes da reunião
Siqueira acordou se sentindo diferente naquela manhã.
A dor no peito, que o incomodava há dias, continuava. Mas não podia faltar a reunião.
Foi, sem se despedir.
Olhou rapidamente no relógio: seis e meia! precisava correr.
Foi.
No caminho, sentiu um aperto mais forte no abdômem.
Continuou.
Um filete de suor na testa o fez reduzir a velocidade.
Xingou.
Não podia se atrasar.
De repente sentiu dificuldades para respirar.
Arriou mais o vidro. Viu coisas coloridas no ar.
O aperto no peito foi mais forte e veio acompanhado da dor, só que desta vez mais intensa.
Decidiu parar o carro.
Se debruçou no volante.
E foi aí que viu um bilhete com a letra de Deolinda, a esposa, com os seguintes dizeres:"Se cuide meu amor. Vá ao médico ver essa dor no peito. Olha, você tem trabalhado demais. Desculpe minha intromissão. Só não quero te perder".
Não conseguiu falar. Sentiu as lágrimas.
Ficou.
Não chegou para a reunião.
Nem voltou para o jantar.