APRENDEMOS MUITO E ENSINAMOS POUCO
Quem já ouviu falar ou acompanhou a vida de Paulo Freire sabe o quanto ele tentou a integração social e o quanto respeitou os diversos saberes. Contudo, a vida não se enfastia por nos mostrar que aprendemos muito e ensinamos pouco. Não se cansa de assinalar que sempre acabamos por olvidar o fato de que quando nascemos aprendemos primeiro a ouvir, para depois começarmos a falar.
Como vêem, nascemos perfeitos, apenas permitimos a nossa degeneração...
A CANOA
“Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Companheiro, você entende de leis?
- Não! Responde o barqueiro.
E o advogado compadecido:
- É pena, você perdeu a metade da vida!
- A professora muito social entra na conversa:
- Seu barqueiro, o sr. sabe ler e escrever?
- Também não! - Responde o remador.
- Que pena! Condói-se a mestra: - Você perdeu metade da vida!
Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O canoeiro preocupado, pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não! - Responderam eles rapidamente.
Então é uma pena, concluiu o barqueiro:
-Vocês perderam toda a vida!”
" Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes". (Paulo Freire)
Encontrei essa história há muitos anos... os personagens eram os mesmos, mas poderiam ser outros, dentre os inúmeros existentes. E é claro, todos poderiam se enquadrar no cenário, pois o único requisito exigido: ser arrogante.