A DAMA SOFRIDA
A DAMA
Uma mulher pálida que ia às margens do corredor. Mostrava o sofrimento em seu rosto úmido. Caminhava também pelos cantos de seus olhos tão lindo e seus cabelos longos que perfumavam a casa em volta; suspirava docemente.
Toda amanhã sonhava que ele dormia num banco do metro acordava chorando defronte a maquina de costura inoperante.
Seu marido gritava surtado pelos remedios tarja preta;
---Que tal morrermos amanhã? Não uma morte do corpo,
mas como a de mamãe que partiu de manhã não a partida esperada como o vôo do corvo
sobre a igreja dos teus antepassados que dali desce um borbotão de lagrimas que encharca a terra e da vida as flores da madrugada.
Sem mais nem menos ela tão sã via-se entre beijos e sorrisos com ele agora aquele bipolar injuriava-lhe a vida e ela de saias e de cara amarrada despejava a ira
em seu caminho.
Ele a colocou todo dia em seu altar particular. Imaginava que pelos caminhos ela cantava como canta as fadas e em suas raízes floresceram junto ao orvalho da manhã.
com ela sonhou...Ah que sonho!Sonhos dos sonhos cântico dos cânticos seus cantares da madrugada. Ninguém o viria naquele sábado, Todos sairiam, ela deixaria o vinho no congelador, ele sorveria um cálice cheio que escorria pela gola de seu roupão branco,
seu sangue quente a espera de seus lábios...